Uma análise de The End of the F***ing World

Por Amanda Dettman, Anna Bárbara e João Pedro Corrêa.

The End of the F***ing World é uma série dramática baseada nos quadrinhos homônimos do estadunidense Charles S. Forsman. Teve sua estreia inicial no Reino Unido pelas redes televisivas Channel 4 e All 4 (em 24 de outubro de 2017) e foi lançada posteriormente, de forma internacional, pela Netflix (em 05 de outubro de 2018). Atualmente, a série já se encontra finalizada e conta com 2 temporadas (de 8 episódios cada).

Seu enredo é construído em volta de dois personagens principais: James (Alex Lawther), jovem de 17 anos que não se encaixa nos padrões e acredita ser um psicopata; e Alyssa (Jessica Barden), garota que despreza tudo ao seu redor e vê a escola como só mais um lugar onde pode extravasar sua raiva. Cansado de executar pequenos animais, James sente a necessidade de matar algo maior e, quando ambos decidem fugir juntos, ele enxerga Alyssa como a vítima perfeita para seu crime. Porém, quando se pega apaixonado por ela, o garoto vê seu plano de assassinato em risco.

The End of the F***ing World inicia com um humor sarcástico e ácido que logo é substituído por certa melancolia. À medida que as personagens vão se desenvolvendo, o público acessa informações sobre quem elas realmente são e, por meio desse percurso, o roteiro da série nos traz temáticas relacionadas a interações abusivas, abandono, assédio e traumas.

Mais madura, a 2ª temporada mantém o clima melancólico e reflexivo. Os personagens retornam com outros dramas, desafios e problemáticas a serem enfrentados, como por exemplo: Alyssa lida com o trauma da morte do professor Clive Koch (Jonathan Aris) e toda a aventura que viveu com James. Já o rapaz, se recupera do tiro que levou na temporada passada e redescobre o seu lugar no mundo depois de tudo o que passou.

Um ponto interessante visto em muitos episódios dessa nova história (inclusive trama principal) é que a maioria dos eventos que acontecem estão relacionados aos já construídos na primeira temporada. A nova temporada, além disso, também transforma o ponto de vista do espectador: mostra o enredo (em parte) contado e visualizado pela perspectiva de Bonnie (Naomi Ackie), a jovem “ex-namorada” do professor Koch, que em busca de vingança pela morte de seu amado, planeja matar James e Alyssa.

Ademais, a trilha sonora da série em geral foi um dos pontos mais aclamados pela crítica. As canções escolhidas misturam rocks atuais com faixas clássicas de artistas mais antigos e essa união encaixou perfeitamente com a narrativa. Muitas das músicas trouxeram, inclusive, letras que conseguiram transmitir literalmente acontecimentos e emoções das personagens presentes na produção.

A montagem também teve papel importante na elaboração da trama, visto que os pensamentos dos personagens eram mostrados em flashbacks de imagens e em frases ditas em voz alta. Além disso, ao longo do desencadeamento dos fatos, a montagem conecta os caminhos dos personagens, contando a história dos dois lados (com James e Alyssa) na primeira temporada e dos três lados (com Bonnie) na segunda.

Pessoa posando para foto em frente a água

Descrição gerada automaticamente com confiança baixa
Poster da 1ª temporada
Foto: Divulgação/Netflix
Mulher sentada na cama

Descrição gerada automaticamente com confiança média
Poster da 2ª temporada.
Foto: Divulgação/Netflix

The End of the F***ing World — Série Completa (Reino Unido, 2017). Netflix.

Direção: Jonathan Entwistle, Lucy Tcherniak.

Roteiro: Charlie Covell.

Elenco: Alex Lawther, Jessica Barden, Wunmi Mosaku, Steve Oram, Gemma Whelan, Christine Bottomley, Navin Chowdhry, Barry Ward, Naome Ackie, Jonathan Aris, Kierston Wareing, Geoff Bell, Alex Sawyer, Jonathan Aris, Eileen Davies, Earl Cave, Alex Beckett, Leon Annor, Matt King.

Duração: 16 episódios (8 eps. por temporada) com cerca de 30 min.

Trabalho produzido para Narrativas Seriadas, do curso Cinema e Audiovisual.

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