Ilha das Flores: Recortes e Colagens de Uma Verdade Fragmentada

A cada exibição, Ilha das Flores (1989) se consolida cada vez mais como uma das realizações audiovisuais mais polidas do documentarismo brasileiro. Eleito em 2019 como “o melhor curta-metragem brasileiro da história” pela Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), o filme escrito e dirigido por Jorge Furtado destrincha a complexa existência do ser humano em uma sociedade capitalista, recorrendo a uma estratégia única: o diretor faz uso dos parâmetros e símbolos das linguagens publicitária e documental para confeccionar um produto que retorce a realidade e coloca a noção comum de “verdade” em xeque.

Nouvelle-Vague, Godard e Weekend

No fim dos anos 1950 e início dos anos 1960, jovens cinéfilos e críticos se reuniram para restabelecer o conceito de cinema de autor, que despontou, inicialmente, na França dos anos 1930. A partir dessa retomada, iniciou-se um novo movimento no cinema francês, a Nouvelle-Vague.

The Celluloid Closet e a representatividade homossexual nas telas hollywoodianas

Constantemente, filmes pretendem operar como um importante espelho da nossa sociedade, mesmo que muitas vezes distorcido. Neles, vemos os nossos sonhos e desejos emoldurados, frame a frame. Hollywood, em particular, sempre será uma máquina de mitos, que ilustra através de diferentes lentes como queremos e devemos ser vistos. No entanto, quando nossas imagens de referência são ofertadas por um cinema tão dominante e conservador quanto o hollywoodiano, muitos grupos sociais se veem erroneamente caracterizados.

Lakers: Hora de Vencer: os bastidores de uma dinastia

Os bastidores de uma equipe esportiva são sempre movimentados, envolvendo relações entre atletas e dirigentes. A série Lakers: Hora de vencer (Winning time: the rise of the Lakers dynasty) revela, justamente, as dinâmicas deste contexto, passando pela vida dos atletas e, também, pela vida do dono da equipe de Los Angeles na época, Jerry Buss (John C. Reilly) A produção aborda as complexidades que marcaram a compra da franquia de basquete. 

Quase Lucrécia: A Cisão dos Corpos de Martel

De difícil definição, o cinema de Lucrécia Martel é tão singular que não se encaixa em nenhum gênero específico. Em seus filmes, podemos perceber articulações sutis de diferentes elementos cinematográficos. Para alguns, o cinema de Martel poderia ser chamado de “cinema de suspensão”, classificação que vem sendo utilizada para descrever obras contemporâneas que levam o espectador a ter uma percepção distintiva da subjetividade sensorial e temporal nas narrativas fílmicas.

O Misticismo de Robert Eggers

Por Alysson Mussolin Com apenas três longas autorais, Robert Eggers já é um grande nome para os amantes de cinema. O diretor estadunidense utiliza de folclores, mitos e lendas para criar os universos e ambientações de seus filmes. Em A Bruxa (2015), Eggers se ancora em lendas sobre (obviamente) bruxas e mistérios escondidos na floresta.…