Lakers: Hora de Vencer: os bastidores de uma dinastia

Foto de divulgação/HBO

Pedro de Lima

Os bastidores de uma equipe esportiva são sempre movimentados, envolvendo relações entre atletas e dirigentes. A série Lakers: Hora de vencer (Winning time: the rise of the Lakers dynasty) revela, justamente, as dinâmicas deste contexto, passando pela vida dos atletas e, também, pela vida do dono da equipe de Los Angeles na época, Jerry Buss (John C. Reilly) A produção aborda as complexidades que marcaram a compra da franquia de basquete. 

A série se passa entre 1979 e 1980, cobrindo a temporada de estreia de um garoto recém “draftado” (escolhido) para a equipe, Earvin “Magic” Johnson, interpretado por Quincy Isaia, que saiu do Mississipi para fazer sucesso em Los Angeles, junto com outros astros, como Kareem Abdul-Jabbar (Solomon Hughes). Os dez capítulos da série giram em torno do impacto da chegada de Magic Johnson no Lakers.

O que se nota, em um primeiro momento, é a recepção negativa do novato, que chega com pompa de estrela. Porém, diante dos desafios da temporada, dos treinos e do cotidiano com outros atletas o jovem consegue mostrar seu valor e importância para a equipe, colhendo vitórias durante a temporada.

Cena retirada da série/HBO

Como dito anteriormente, a série não foca exclusivamente nas vivências das quadras. Mergulhamos na vida comum dos atletas. A produção desenvolve, por exemplo, a relação de Kareem Abdul-Jabbar com fãs, as expectativas de Magic Johnson pelo draft, os momentos de alegria das personagens e as situações cômicas que atravessam o dia a dia das personagens. Isto posto, nem todas as situações retratadas têm tonalidades lúdicas. O drama vivido por Spencer Haywood (Wood Harris) por causa de seu vício em drogas foi o grande empecilho que se interpôs entre o jogador e a partida que consagrou o Lakers campeão daquele ano. Já Jerry Buss tenta lidar com um drama familiar envolvendo sua mãe A série evita retratar apenas positividades; afinal, atletas não estão imunes às turbulências da vida. Apesar do sucesso profissional, os esportistas não conseguem driblar adversidades, aspectos trabalhados narrativamente. A série coloca em relevo problemas que vão desde a frustração diante de uma derrota, até a falsa sensação de controle diante de um vício.

Ambientação e problemas da série

A retratação da série traz bem o clima dos anos de 1970 e 1980, tomando todas as cautelas que devem ser levadas em conta para a retratação dos ambientes cênicos. Mas nem só de acertos e agrados se sustenta a produção. Os atletas Jerry West e Kareem Abdul-Jabbar questionaram a maneira como foram retratados ao longo dos dez episódios e pediram uma retratação a HBO. Os atletas julgam que não foram representados de forma fiel, e afirmaram se incomodar com certas distorções e exageros, rasurando as imagens que eles se empenharam em construir ao longo de suas carreiras. A insatisfação não fica restrita só aos dois: outros atletas também não ficaram satisfeitos com a retratação.

Obviamente, trata-se de uma série ficcional e não de um documentário, o que desobriga, em alguma medida, a liberdade criativa dos produtores. No entretenimento, situações são de fato amplificadas para efeito de drama e risos.

Cena retirada da série/HBO

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