POR: Maria Paula Resende Morais
Já imaginou analisar sistemas políticos enquanto assiste um anime sobre um pirata que estica? Essa proposta, por mais surreal que pareça, é possível quando prestamos atenção no Arco de Alabasta do anime One Piece.
Para aqueles que ainda não conhecem, One Piece é uma série publicada originalmente em mangá, escrita e ilustrada por Eiichiro Oda. Pouco tempo depois o mangá foi adaptado para as telinhas ganhando o anime de mesmo nome, disponível na Netflix. A tripulação, chamada de “Os chapéus de palha” é composta, até este momento, por Luffy, Zoro, Nami, Sanji, Usopp e Chopper.
O Arco de Alabasta faz parte da Saga de Alabasta que representa a entrada da tripulação na Grand Line, uma corrente oceânica que faz parte do universo de One Piece. O Arco aqui tratado é exibido entre os episódios 92 e 130 do anime e estão, pela Netflix, localizados na 4ª temporada.
Ao longo dos episódios a tripulação do Going Merry (navio utilizado pelos protagonistas) se aventura pelo país com a finalidade de deixar a Princesa Vivi em casa, a capital Alubarna. Vivi deve voltar para casa pois ficou sabendo que havia uma guerra iminente na região entre os guardas reais e os rebeldes.
É então que, aqui, o cenário político se faz importante.
O pai de Vivi, o Rei Nefertari Cobra, foi questionado pela população se apenas a capital possuía o Dance Powder, um elemento que provocaria chuvas no deserto. Entretanto, o rei afirmava que não, mesmo a capital sendo a única cidade que possuía chuvas regulares e o resto do país enfrenta uma seca severa há anos. O rei é sequestrado pela organização criminosa Baroque Works e Crocodile assume o lugar de governante. Mesmo sendo o líder da organização criminosa, Crocodile aparece para o povo como alguém bondoso que está disposto a resolver os problemas do país. Entre os personagens participantes da organização, Crocodile está entre os mais crueis, uma vez que, não se importa nem mesmo com os seus
subordinados visando alcançar um objetivo maior: encontrar uma das armas mais poderosas do mundo e ser detentor de grande poder.
Como de costume na maioria das histórias, os Chapéus de palha descobrem o acontecido, apoiam a princesa Vivi para derrotar Crocodile e mostram a verdade para o povo do reino de Alabasta.
Mas afinal, qual a questão política do arco?
A partir dos episódios é possível refletir um pouco sobre a relação entre povo, problemas e governantes. É claro que o povo não teria meios de comprovar que Cobra não estava mentindo, e havia sido sabotado. Entretanto, no primeiro sinal de um salvador que resolveria aquele problema em específico, acreditar sem questionamentos também pode não ser uma boa opção.
Porém, não é possível culpar apenas o povo, uma vez que estes se encontravam em situações extremas, como a falta de água e alimentos básicos para sobrevivência, impulsionando, assim, o desespero por soluções e respostas imediatas, ceifando o senso crítico.
Por fim, é importante ressaltar que este artigo tem como finalidade incentivar o pensamento crítico quando o assunto são os políticos que escolhemos, ou pelo menos apoiamos, na hora de nos representar. Para além das nossas escolhas, devemos questionar as atitudes tomadas por eles e em quais condições se encontram os outros que apoiam estes ou esses candidatos.