Mostra de Cinemas Africanos começa nesta semana com objetivo de descolonizar público brasileiro

Filme ‘No Cemitério do Cinema’ ( França, Senegal, Guiné, Arábia Saudita) será exibido na terça-feira (12) – Divulgação/L’Image d’Après #01

A 6ª edição da Mostra de Cinemas Africanos começa nesta terça-feira (5), em São Paulo (SP), e segue até o dia 13, quando faz uma ‘ponte aérea’ para Salvador (BA), que será a cidade sede do festival até o dia 18.

“A meta é tornar corriqueiro assistir filmes africanos.”

Com 29 filmes de 12 países africanos, a Mostra traz uma programação diversa com objetivo de tornar “os cinemas de África corriqueiros para o público brasileiro”, explica Ana Camila Esteves, uma das curadoras e a idealizadora do festival.

Para a cineasta, a Mostra vive um lugar paradoxal, porque, ao mesmo tempo que busca ser um festival diferenciado, com uma proposta única, o objetivo a longo prazo do evento é criar uma cultura cinéfila no Brasil.

“Eu sendo brasileira, sou colonizada e tenho uma visão ocidentalizada que nos aproxima muito mais da Europa do que da África”, argumenta Esteves.

A idealizadora do festival comenta que sempre se envolveu com cinema africano por conta da pesquisa que ela realiza. “Então eu comecei a perceber que as pessoas aqui no Brasil não tinham essa cultura, esse conhecimento, não sabiam dessa produção”.

Até que certo dia ela se questionou “por que eu não trago esses filmes para o Brasil?”.

A curadora celebra que nesses seis anos já é perceptível ver alguns resultados. “Para esta edição, não consegui trazer todos os filmes que  queria ,porque outros festivais maiores conseguira exclusividade. É o preço do sucesso”, brinca a curadora.

As sessões em São Paulo são todas gratuitas e podem ser vistas no Cinesesc, localizado na Rua Augusta, região central da capital paulista.

Algumas atividades também vão acontecer no Centro de Pesquisa e Formação (CPF).

Nesta edição, o festival traz três cineastas internacionais convidados: Alassane Diago (Senegal), Moussa Sène Absa (Senegal) e C.J. Obasi (Nigéria), que é diretor do filme que abre o festival, Mami Wata. A obra conta com a brasileira Lílis Soares na direção de fotografia.

Os dois estarão presentes nesta terça-feira para abertura do do festival, a partir das 19. A sessão será gratuita, as demais são pagas.

Outro filme que contará com a presença do diretor é o senegales O Rio não é uma Fronteira, de Alassane Diago. O longa será exibido na quinta-feira (7) às 20h e na quarta-feira (11) às 15h no Cinesesc.

Repostagem da matéria publicada no Brasil de Fato: https://www.brasildefato.com.br/2023/09/04/mostra-de-cinemas-africanos-comeca-nesta-semana-com-objetivo-de-descolonizar-publico-brasileiro

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