Por: João Gabriel Ferreira
Produzida pela plataforma de Streaming Apple TV+, The Morning Show é mais que só uma série de drama, ela aborda de forma crítica temas como: assédio sexual, desigualdade de gênero, racismo, fake news e a influência da mídia na política. Estrelada por nomes de peso de Hollywood como: Jennifer Aniston, Reese Witherspoon e Steve Carell, a obra lançada no dia 1 de novembro de 2019, conta atualmente com 3 temporadas e o seu sucesso na Apple gerou sua renovação confirmada para 4ª temporada.
A trama se inicia com a vida de Alex Levy praticamente de cabeça para baixo, quando seu parceiro de bancada e astro da emissora, o apresentador Mitch Kessler (Steve Carell) sofre acusações sobre importunação sexual. A repercussão desse caso dentro da emissora e a forma como seus colegas e superiores lidam com a situação refletem as tensões e contradições do movimento Me Too, expondo como a cultura do silêncio e da conivência é estrutural no
ambiente corporativo.
Outro ponto de destaque é o inserimento de Bradley Jackson (Reese Witherspoon), uma jornalista aguerrida que representa uma nova geração de profissionais dispostos a desafiar certas posições da imprensa. Sua entrada no The Morning Show provoca atritos com a elite da emissora, destacando o embate entre ética e pragmatismo no jornalismo. A série discute, assim, como a mídia tradicional muitas vezes prioriza interesses comerciais e políticos ao contrário da verdade, moldando a opinião pública e reforçando desigualdades sociais.
Deve-se destacar também a qualidade da produção e as ótimas atuações, evidenciando em especial Aniston e Witherspoon. Porém nem tudo são elogios, uma das grandes cobranças sobre o seriado é que às vezes ela é excessivamente didática ao tratar de suas temáticas sociais, sacrificando a sutileza em prol de diálogos mais fortes. Além disso, a tentativa de equilibrar drama pessoal e críticas sobre a mídia nem sempre é bem-sucedida, tornando a narrativa cansativa em alguns momentos.
Embora às vezes escorregue no didatismo, The Morning Show se mantém relevante por questionar a cultura corporativa e os dilemas éticos do jornalismo, além de refletir sobre o impacto da mídia na sociedade. Ao longo das temporadas, a série consegue expandir suas discussões para outros temas como fake news, racismo institucional e o impacto da pandemia de COVID-19, consolidando-se como uma obra provocativa e essencial para debates contemporâneos.
