A sonoridade em: “Os Anos 3000 Eram Feitos de Lixo”

POR: Camila Freesz “Os anos 3000 eram feitos de lixo (Chorumex)”, de 2016, retrata uma narrativa de ficção científica, na qual, como é apresentado logo na abertura pelos escritos, em um mundo pós-apocalíptico, ciborgues criminosos são procurados por uma espiã do governo. Imediatamente, ao iniciar pela trilha sonora desconfortante, cria-se uma sensação incômoda, que opera…

Crítica do Filme Lavra

POR: Rafaela Freitas Mendes O filme documental Lavra traz uma proposta interessante ao retratar as tragédias dos rompimentos das barragens da Vale em Minas Gerais. Trazendo uma narração da protagonista, o voiceover está presente durante todo o longa,  tornando-a mais humana fazendo com que o telespectador consiga se conectar a ela ao longo do filme…

Parts Unknown: A um trecho da vida e obra de Anthony Bourdain

Parts Unknown foi a última série documental de Antony Bourdain antes de sua trágica morte em 2018. Estrelado em 2013, tendo ao todo 12 temporadas, todos os episódios exploram a vasta variedade de culturas ao redor do mundo, nos apresentando pessoas incríveis e culinárias locais com uma visão mais aberta, sem possuir um extrema ótica americanizada do mundo. Uma vez que, mesmo sendo um programa da CNN americana, Bourdain sempre se preocupava em fugir de pontos turísticos independente do lugar onde ele estivesse, e principalmente de deixar seu objeto falar. Assim, conseguiu captar uma visão local e fora do senso comum sobre assuntos regionais e acerca do estilo de vida das inúmeras partes do mundo que visitou.

Ótica frouxa

 Lavra (2021), o documentário de Lucas Bambozzi, ensaia uma novidade no que se refere à forma de documentar os relatos e as vivências de quem sofreu com os crimes cometidos pelas empresas de mineração Vale e Samarco. A abordagem do diretor de fato se destaca em relação a alguns aspectos do que conhecemos e identificamos como linguagem documental. A escolha dos planos e dos movimentos de câmera, que na maioria das vezes foram feitos em follow shot, isto é, a câmera seguindo a personagem no plano, deram um tom totalmente orgânico para a produção. Esse tom intimista usado na linguagem audiovisual do filme vem da tentativa do realizador de retratar os sentimentos reais de maneira mais próxima e sentimental das personagens de seu filme. No que tange a sensibilidade do enredo sobre a naturalização da empresa no território mineiro e a consequência disso na vida das pessoas que vivem ali, o documentário cumpre bem seu papel. O filme trata de maneira incisiva e sensível a exploração ambiental e a dependência econômica da cidade explorada pela mineradora. Porém, o filme não se consuma em seu caráter artístico e proposta inovadora de retirar as histórias vividas da perspectiva do real, ele na verdade não cumpre essa promessa de ser tão diferente assim, uma vez que repete padrões hierárquicos entre documentarista e personagens entrevistados.

“Falando a Real”: a nova série feel-good da Apple

Por: Camila Freesz “Falando a Real”, 2023, é um lançamento de comédia da AppleTv produzido por Brett Goldstein, mais conhecido pela sua atuação como Roy Kent na outra série do streaming, Ted Lasso. A série acompanha a trajetória de Jimmy (Jason Segel), um terapeuta, em lidar com sua profissão e vida social enquanto enfrenta uma…

Metáfora de Lucrécia Martel

Por: Letícia S. Góis Lucrécia Martel é uma cineasta do cinema moderno e contemporâneo que possui características bem marcantes. Após a experiência com os três primeiros filmes da realizadora, as obras O pântano (2001), A menina santa (2004) e A mulher sem cabeça (2008), uma questão se destaca sobre todas. Lucrécia se debruça sobre a…