Por Pedro Henrique da Silva Pinto
A série “The White Lotus” da HBO, escrita e dirigida por Mike White, retornou para sua terceira temporada no último domingo (16). Com a introdução de novos personagens e com o retorno de rostos familiares, a trama agora se passa na paradisíaca Tailândia, que não diferente das outras temporadas, traz em sua ambientação um belo, tranquilo e exuberante hotel, que inevitavelmente será um lugar de caos, desordem e desavença entre os seus mais novos hóspedes.
No primeiro episódio da 3° temporada, Mike White faz, como sempre, um ótimo trabalho em sua escrita e fotografia. A introdução dos novos personagens é muito eficiente, logo percebemos suas excêntricas personalidades, relações e seus objetivos que ainda não são claros, porém, suas premissas geram interesse e curiosidade em como serão desenvolvidas futuramente na trama.
Da misteriosa empreitada de Timothy (Jason Isaacs), ao interesse de Rick (Walton Goggins) em um milionário americano, para a relação curiosa das amigas Kate (Leslie Bibb), Laurie (Carrie Coon) e Jaclyn (Michelle Monaghan) e a na mínima esquisita relação entre os irmãos Ratliff, a trama envolve facilmente, causando interesse, curiosidade, tensão e estranheza. Sensações essas que são criadas e potencializadas pelo texto e direção de Mike White. Os diálogos, as trocas de olhares e as mínimas mudanças de expressão dos personagens em certos momentos geram dúvidas e questionamentos em quem assiste, deixando espaço para a interpretação do telespectador, White fez e faz isso de forma sublime em toda a série.
O diretor e criador do seriado tem tudo para se superar novamente e entregar uma ótima história, em texto e direção. A fotografia é bela, as paisagens e a natureza da Tailândia são lindas e o simbolismo da religião e da cultura tailandesa estará fortemente presente em toda a temporada. O roteiro é eficiente e competente, o ritmo é agradável, e é tomado todo o tempo necessário para desenvolver e situar os personagens, estabelecendo assim, os seus enredos.
Por fim, o saldo desse primeiro episódio é extremamente positivo, mal posso esperar pelo decorrer da temporada e da sempre surpreendente cadeia de eventos e do seu efeito dominó em “The White Lotus”, pois o lugar pode ser outro, a Tailândia, mas como sempre, ricos mal resolvidos, excêntricos e incomuns estão dividindo o mesmo hotel, e dessa combinação sempre sai algo inesperado e chocante.