Por Renata Garboci.
O “olhar” e o “fazer” do fotógrafo sobre a fotografia de tragédias sofreu mudanças. Quando se fotografa uma guerra ou um desastre, o que é perigoso está visível e concreto. Mas quando se registra sobre uma doença que é altamente contagiosa e pode ser fatal, como se proteger? Como retratar o invisível sem se colocar em risco?
Percebemos que o cotidiano e a rotina dos fotojornalistas foram afetados na prática de fotografar. Algo que era um processo natural, como pegar o material e ir para as ruas trabalhar, se tornou um risco real de contaminação. Foram adicionados cuidados como a descontaminação dos equipamentos, de roupas e de si próprio. Esses cuidados, até o momento, eram desconhecidos para os fotojornalistas atuais.
Para compreendermos sobre como é realizado o trabalho do fotojornalista na cobertura fotográfica da pandemia de novo coronavírus, entrevistamos o fotógrafo mineiro Douglas Magno.
Douglas Magno trabalha como repórter fotográfico há mais de 10 anos. Com passagens como colaborador de agências nacionais como Estadão, Folha de São Paulo e o Globo. Trabalhou como fotógrafo nos jornais O Tempo e Super Notícia. Atualmente trabalha como colaborador da Agence France Press (AFP), Jornal El País, entre outros.
Ele trabalhou na cobertura fotográfica das tragédias de Mariana (2015) e de Brumadinho (2019), ocorridas em Minas Gerais devido ao rompimento das barragens de rejeitos de minério de ferro das Mineradoras Vale e Samarco.
Conversamos com ele sobre como é o trabalho de fotojornalista neste momento de pandemia, os desafios e o papel da imagem na documentação desse momento histórico. Segue abaixo áudios com trechos da nossa entrevista:
Renata Garboci é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUC Minas.