DeBí TiRaR MáS FOToS, mais que só um álbum

Por: João Gabriel Ferreira.

Debí tirar más fotos, ou DTMF, como é carinhosamente conhecido, é o sexto álbum do famoso cantor porto-riquenho Bad Bunny. Ele se destaca não apenas como um disco musical, mas como uma obra profunda que representa a cultura e aborda questões sociopolíticas. Lançado em 5 de janeiro de 2025, a produção mescla com toques sutis gêneros tradicionais porto-riquenhos, como salsa e bachata, ao ritmo do reggaeton contemporâneo e da música urbana. Essa combinação não apenas celebra a herança musical de Porto Rico, mas também serve como um grito de resistência, dando voz a temas como o colonialismo e a preservação da identidade cultural.

Para complementar o álbum, Bad Bunny lançou um curta-metragem de quase 13 minutos, estrelado pelo famoso ator porto-riquenho Jacob Morales. O filme retrata os efeitos da gentrificação e da colonização em Porto Rico ao longo dos anos, evidenciando a substituição gradual da cultura local pela influência estrangeira e a luta dos habitantes para preservar sua identidade.

Faixas como NUEVAYoL e BAILE INoLVIDABLE  ressaltam a importância da cultura musical porto-riquenha, enquanto músicas como  LO QUE LE PASÓ A HAWAii  abordam questões políticas delicadas. Nesta última, o artista traça paralelos entre a colonização do Havaí e a situação atual de Porto Rico, alertando sobre os perigos da perda de identidade cultural e territorial. A letra enfatiza a resistência e a necessidade de manter vivas as tradições locais diante das pressões externas.

Além disso, através de suas composições, Bad Bunny denuncia o estado atual da política latino-americana, explorando o abandono de povos marginalizados e a instrumentalização das figuras políticas em benefício de uma minoria poderosa. Ao mesmo tempo, critica a hipocrisia das elites e a violência institucional que afeta a vida cotidiana de muitos, especialmente no contexto latino-americano.

Assim, o álbum não é apenas uma homenagem e celebração da cultura porto-riquenha, mas também um chamado à ação para proteger e valorizar as raízes e tradições da ilha. Bad Bunny utiliza sua plataforma para amplificar vozes locais, colaborar com artistas emergentes e destacar a resiliência de seu povo diante das adversidades políticas e sociais. A obra se torna, portanto, um lembrete poderoso da importância de documentar e preservar momentos culturais significativos, especialmente em tempos de mudança e desafios.

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