Por Raphael Ramos
“Joker”, de Todd Phillips, consegue se tornar um clássico instantâneo em um século marcado pelos “blockbusters de super-heróis”, que estão em alta e predominam no mercado audiovisual. Seus dilemas debatidos trazem seriedade e trazem similaridades com filmes aclamados como “Taxi Driver” (1976) para um gênero tão marcado pelo preconceito da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, um avanço extraordinário foi feito.
Em uma cidade em situação precária, o comediante Arthur Fleck, interpretado por Joaquin Phoenix, trabalha como palhaço para pagar as contas e ajudar sua debilitada mãe. Até que eventos transformam o homem em uma figura macabra, alguém excluído da sociedade, um Coringa.
Belíssimos planos abertos apresentam a fictícia cidade de Gotham City, que beira à loucura de sua própria claustrofobia apresentada na direção de fotografia. Os pequenos fragmentos do céu que iluminam Gotham são pálidos, gélidos e nublados. A cidade definitivamente não é calorosa ou receptiva. Tal fato se confirma nos conflitos iniciais do filme, em que Arthur é assaltado e espancado, simplesmente por tentar fazer o que julga certo, trabalhar honestamente. Isso evidencia que o crime compensa na cidade de Gotham.
Algumas situações colocam a figura de Arthur como incompreendido pela sociedade, nem mesmo sua psiquiatra parece o ouvi-lo ou levá-lo a sério. Um dilema extremamente perigoso para quem tem problemas neurológicos como os apresentados no personagem do longa.
Uma temática interessante construída ao longo da trama do filme são as expectativas imaginadas por Arthur, sua condição neurológica o faz enxergar o mundo de uma maneira não tradicional ou convencional, o que acaba gerando expectativas nunca correspondidas em todo o longa. Sua busca por uma figura paterna diz muito sobre sua personalidade, já que não sabe interagir socialmente, busca constantemente por uma aprovação.
A maneira com que algumas críticas sociais são feitas devem ser exaltadas no roteiro de Todd Phillips e Scott Silver, como o acesso fácil a armas de fogo e o seu mal uso. A arma apresentada vira quase um personagem, literalmente um gatilho. Um terror ecoa desde que o revolver é entregue à Arthur, sua descoberta no hospital infantil e suas primeiras vítimas no metrô, confirmam o mal uso apresentado pelo personagem principal.
“Coringa” utiliza paralelos e foreshadowings inventivos, afinal existe uma “evolução” no personagem de Joaquin Phoenix, desde sua viagem no metrô, onde a fotografia azul, pálida e sem vida, acompanham o personagem. Contrastando com o auge da nova persona de Fleck, o Coringa, que em uma viatura policial se mostra completamente extasiado, contemplando o cenário completamente caótico que construiu com sua revolução na cidade fictícia de Gotham. A fotografia evoluída retrata o caos, luzes vermelhas e azuis da viatura, explosões de coquetéis molotov, tudo ilumina a cidade escura em meio a anarquia apresentada, um recurso inventivo da paleta de cores é que o figurino consegue quebrar barreiras e influenciar no cenário apresentado em diversas ocasiões.
Em 2019, “Coringa”, conseguiu quebrar uma barreira de preconceito em um subgênero que o coloca em outro patamar de filmes, definitivamente um longa-metragem acima da média.
Um filme muito Bom ,gostei bastante espero que lançam outro filme ,do coringa amei.
Muito bom amei esse filme filme bizarro porém muito bom ,gostei