Por Marina Marques
Para J.C Bernardet uma das dificuldades da pesquisa acerca do cinema
brasileiro se trata de saber definir pragmaticamente qual era o interesse do
público nos filmes nacionais. Segundo ele mesmo diz em seu texto o trabalho
de história concentra-se muito mais nas produções do que nas exibições, que
desprezada, não reúne informações o suficiente para se ter uma ideia real do
público, resultando em apenas “uma construção mental”. Apesar de alguns
historiadores insistirem sobre o cinema nacional ter feito mais sucesso que o
estrangeiro, Jean Claude, rebate essas afirmações dizendo não haver prova
factuais, como depoimentos, documentos, pesquisa, etc, para que tais
informações sejam tomadas como verdadeiras. Ele ainda acrescenta que a
dificuldade de compreender o público no primeiro século, é um problema, que
todos os historiadores têm em seu trabalho, não apenas os brasileiros. Mas o
fato de se ter isolado os estudos de “produção cinematográfica Brasileira” e
“distribuição e exibição de filmes brasileiros e estrangeiros”, criou-se uma
dificuldade maior, para a análise do cinema brasileiro, em termos de produção.
Uma das resoluções proposta para este empecilho seria a de que juntamente
com a pesquisa acerca da produção de filmes, haja uma pesquisa em
articulação quanto a distribuição e exibição, procurando em jornais, revistas da
época, o que se dizia acerca da cinematografia.
Enquanto a questão de recortes e construção de contextos, para Bernardet deve-se rejeitar a forma historiográfica convencional, pois não ajudam para se entender verdadeiramente o cinema, evitando-se o panorama e definindo objetos de estudos mais restritos, pois que da forma convencional muitos historiadores acabaram por ignorar importantes produções cinematográficas nacionais por não caberem em seu panorama.