Por: João Gabriel Ferreira
Nos dias 22, 23 e 24 de outubro de 2024, a Faculdade de Comunicação e Arte da PUC Minas, campus Coração Eucarístico, recebeu a Mostra de Cinema Japonês, um evento que celebra e coloca em evidência a rica cinematografia do Japão. A iniciativa reuniu, ao longo de seus três dias de exibição, filmes icônicos do grande diretor Tetsuya Nakashima. Além da amostragem dos filmes, o evento também contou com uma conversa e com a análise do idealizador Caio Scovino, aluno da pós-graduação do curso de cinema.
A mostra ofereceu ao público a oportunidade de assistir a três obras do cineasta, sendo elas Kamikaze Girls (2004) , Memories of Matsuko (2006) e Confessions (2010). De acordo com o organizador, o objetivo do evento foi proporcionar um “mergulho’’ na cultura japonesa por meio do cinema, uma vez que muitas obras de grande sucesso não chegam ao conhecimento do grande público fora do Japão. “Eu escolhi baseado nos filmes de maiores repercussão dele (diretor), separando-os em uma ordem cronológica e que para mim, coincidentemente, é uma ordem que faz sentido, pois conseguimos ver sua estética muito forte no primeiro filme, a potência dramática no segundo e uma carga temática, quase abrindo mão da própria estética, no terceiro. Então, acho que é uma sequência que faz sentido, como uma sequência cronológica, na qual o primeiro pode refletir como um filme que passaria na sessão da tarde, o segundo mais a noite e o terceiro no ‘Corujão’. O meu critério foi tanto a repercussão quanto a ordem deles, pensando nessa exibição seguida’’, explicou o organizador Caio ao final do último dia de amostragem.
Além das sessões de cinema, como foi dito anteriormente, o evento também contou com uma breve análise antes do filme e um debate após o final do mesmo. Para Caio, esse evento é de grande importância, não só para divulgar essa arte, mas também como forma de estudo. “Eu gostei muito de estar expondo esses filmes de um diretor que é muito pouco falado, que é muito inacessível para se achar os filmes. Eu acho que as sessões foram bem interessantes, tirando o horário que atrapalhou um pouco das pessoas do próprio curso verem, os debates foram muito bons. Quem estava nos filmes, de fato participaram, dando assim para todos entenderem questões estéticas que são parte da minha pesquisa. Foi legal ter mais cabeças pensando e escutando diferentes opiniões sobre os efeitos causados, especialmente no caso do Memories of Matsuko, que é de fato meu objeto de estudo. Então, o que eu tiro dessa amostra acaba sendo muito pessoal também, porque é o que eu vou levar para o meu trabalho de análise, e o que as outras pessoas comentam fortalecem meu argumento. As opiniões diferentes também somam no projeto, então é muito gratificante ter mais pessoas tendo acesso ao trabalho do Nakashima quanto me ajudando também”.
O público também se mostrou muito entusiasmado durante todo o festival. “Foi a primeira vez que eu vi o trabalho do diretor, mas eu gostei muito dos filmes, inclusive o segundo é assim o meu favorito. Igual eu tenho falado nos debates, eu reassisti ele no mínimo 5 vezes durante a semana, ele é maravilhoso. O terceiro também é ótimo, porque eu não esperava um clima tão sóbrio e denso como ele foi, eu particularmente ainda esperava que ele fosse um pouco mais do elemento do absurdo. Pra explicar melhor, eu adorei tudo’’, disse um dos presentes no evento.
O cinema Japonês não é apenas entretenimento, mas também uma janela para a cultura do país. Filmes como os citados anteriormente demonstram como a arte e o cinema podem dialogar com questões de identidade, história e a sociedade daquele local. A mostra que ocorreu na PUC é mais do que uma celebração do cinema, mas uma possibilidade de troca cultural e de aprendizado.