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Imagem meramente ilustrativa. Créditos: Kelly Sikkema / Unsplash

Agosto e setembro registram extremos no clima de todo o mundo

Para climatologistas, historicamente, há muitas ocorrências naturais nesses meses, mas elas estão se tornando mais intensas

Se, na música, Chitãozinho e Xororó vieram com “É calor no mês de agosto…” e Beto Guedes veio com “Quando entrar setembro…”, é sinal de que este período do ano carrega expectativas, mistérios e muitas curiosidades sobre mudanças no meio ambiente.

Para climatologistas, os meses de agosto e setembro historicamente misturam ocorrências naturais com muitas diferenças entre os distintos pontos do globo, de modo que agosto não é tão perverso, nem setembro e sua primavera são tão suaves quanto o senso comum pode indicar.

Uma publicação da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), órgão do governo dos Estados Unidos que atua para entender o mundo natural e ajudar a proteger seus recursos, além de monitorar o clima e o clima global, acendeu mais um alerta preocupante sobre o clima no Planeta. A agência indicou que a Terra teve seu sexto mês de agosto mais quente já registrado e que o gelo marinho Antártico bateu recorde de mais baixo índice. O Hemisfério Norte viu seu segundo verão mais quente nos últimos meses.

Quais os impactos desses extremos para a vida no Planeta?

A Europa está vivendo ambiente de deserto

Desde agosto, a Europa enfrenta uma piora ainda maior da seca que já é a mais severa nestes 500 anos. O Hemisfério Norte registra recordes de altas temperatura e baixas umidades, e o Velho Continente permanece em estado de alerta, conforme o Observatório Europeu da Seca. Por lá, a saúde das pessoas anda comprometida, já que 47% de todo o território europeu está com baixa umidade no solo, remetendo ao clima semiárido, com multiplicação das ocorrências de incêndios nas matas, aumento das temperaturas e das taxas de emissão de dióxido de carbono.

A América do Norte teme furacões e ciclones

Esta outra porção do globo vive a temporada de ciclones, tornados e furacões no Atlântico Norte e na Costa do Pacífico que, tradicionalmente, registram ocorrências ativas, frequentes e violentas. Quem não se lembra ou não ouviu falar do Furacão Katrina, o terceiro mais mortífero da história, que matou pelo menos 1.800 pessoas em 2005, nos Estados Unidos? E do Furacão Andrew que, em 1992, devastou a costa leste americana, matando pelo menos 65 pessoas e causando prejuízos de milhões de dólares?

Se furacões, historicamente, aprontam muito nestes meses, em 2022, há uma certa calmaria, pois nenhum registro importante foi feito, ressaltando que a temporada se arrasta até novembro e tudo pode acontecer. Especialistas explicam que o Atlântico Norte vem registrando temperaturas mais baixas nas águas e na atmosfera, sendo que o ambiente ideal para a formação de ciclones, tornados e furações são correntes oceânicas quentes e massas de ar também quentes.

A China descongelou e esquentou

Neste agosto de 2022, grande parte do imenso território da China, por vezes coberto de gelo, registrou alerta vermelho com altas temperaturas de calor extremo (registrou-se 38°C) por seguidos 30 dias, de acordo com a Agência Reuters. Este quadro, acompanhado de frequentes chuvas, cria uma sensação de se estar permanentemente em uma sauna, dadas as altas temperaturas e altas umidades.

Vulcões ativos estão espalhados por vários lugares

Vulcões de longa duração e atividade foram registrados nos meses de agosto na Islândia, pequeno país nórdico da Europa, que possui assustadores 32 sistemas vulcânicos. Já no Equador, na América do Sul, o vulcão Cotopaxi, que estava “adormecido” por mais de um século, resolveu acordar num mês de agosto, sim, agosto de 2015, e lançou uma coluna de fumaça de 12km de altura. O Cotopaxi, embora não seja dos mais furiosos (o Chimborazo assusta mais), exige alertas redobrados já que se localizada em região muito habitada e seu pico tem imensa quantidade de neve, que se derreter bruscamente poderá causar grandes enchentes.

O Brasil registra regiões extremantes secas e outras encharcadas

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), para o Brasil a previsão é de um regime de poucas chuvas e elevação das temperaturas nas regiões Oeste e Meio-norte, com acentuação dos rigores do semiárido e favorecimento às queimadas e, noutro sentido, e de forma oposta, teremos chuvas fortes e persistentes nas regiões Amazônica e Sul do país, sugerindo enchentes e alagamentos.

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Wilson Carlos da Silva

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