O Sesc São Paulo e a Boitempo realizam em parceria, entre os dias 15 e 19 de outubro, no Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros, em São Paulo, o Seminário Internacional “Democracia em colapso?”. Em um momento em que a polarização política dita boa parte dos debates atuais na sociedade brasileira, cerca de 50 convidados nacionais e internacionais promovem um amplo debate sobre as origens e as diferentes perspectivas históricas, políticas e sociais que perpassam o conceito de democracia. A programação conta com um curso, debates, conferências e com o lançamento de livros, além da edição número 33 da revista Margem Esquerda, publicação semestral da Boitempo. Dentro dessa grade, os aspectos ligados à comunicação social e à mídia se destacam.
Duas mesas do ciclo de debates serão focadas no assunto. A primeira, contando com a presença de Ferréz, Christian Dunker e Esther Solano, além da mediação de Claudia Motta (Rede Brasil Atual), carrega o nome de “Comunicação e hegemonia cultural”. Os convidados discutirão sobre a construção de formas de comunicação com todas as esferas da população, ou “falar a língua do povo”, na linguagem popular. Isso é um dos grandes desafios ao debate sobre a democracia e à implantação de projetos políticos e sociais. De que maneira poderosas máquinas comunicativas são criadas para fundamentar discursos de intolerância? Como o campo progressista pode se organizar diante desses ataques? O debate tratará também de aprofundar na reflexão a respeito de como, ao fabricar e insuflar sentimentos de ódio, torna-se necessária a criação de novos modelos críticos que dêem conta desse cenário.
A segunda mesa com foco na comunicação leva o nome de “Jornalismo e defesa da democracia”, com Juca Kfouri (CBN/TVT), Marina Amaral (Agência Pública), Patricia Campos Mello (Folha de S.Paulo) e mediação de Daniela Pinheiro (Revista Época). Em um cenário político marcado pela polarização e pela propagação acrítica de notícias falsas, o jornalismo tem se mostrado um instrumento democrático essencial ao expor verdades inconvenientes, ideologias veladas e tentativas de manipulação da opinião pública. Neste debate, serão abordados temas como o impacto do jornalismo investigativo como fiscal do Estado, os posicionamentos ideológicos das empresas de mídia – e sua reverberação no noticiário destacado -, bem como a falsa aparência de movimentos orgânicos assumida por campanhas orquestradas para moldar narrativas na manutenção da polarização permanente da população e do diversionismo.
Confira a programação completa no site do evento.