Em sua análise do espetáculo Adentro, do Átimo Coletivo, Juliana Gusman disseca a abordagem cinematográfica realizada pela diretora Bárbara Maia no filme. Tomando como ponto de partida a citação de alguns filmes de busca – comuns no documentarismo brasileiro -, Gusman destrincha o trabalho realizado na obra, enfocando a subjetividade proposta por Bárbara Maia.
No cinema brasileiro, especialmente no campo do documentarismo, não são incomuns os chamados filmes de busca, que enveredam, ainda menos infrequentemente, nas artimanhas de uma fissurada história familiar. Já são clássicas obras como Passaporte Húngaro (2001), de Patrícia Kogut, 33 (2002), de Kiko Goiffman, ou até mesmo Elena (2012), de Petra Costa. Lembrei-me delas ao assistir ao espetáculo Adentro, do Átimo Coletivo, que estreia no dia 10 de setembro, às 21h, no YouTube. Nele, porém, a narrativa mnemônica e autobiográfica da bailarina e coreógrafa mineira Bárbara Maia adquire camadas próprias ao evocar a videodança como ferramenta de se escavar esquecimentos.