O terceiro dia da Jornada das Utopias começou com um animado carnaval fora de hora. O bloco Abalachita deu início às atividades sediadas no prédio 13. E não foram poucas: tivemos onze oficinas, três workshops, duas palestras e quatro apresentações artísticas distribuídas ao longo de mais um ensolarado dia de setembro.
Em Repórteres na Copa do Mundo 2018, Thiago Nogueira e Fred Ribeiro, ex-alunos da PUC Minas, falaram sobre sua preparação para o evento futebolístico no jornal Hoje em Dia, sobre sua rotina de trabalho e sobre curiosidades relacionadas à cultura russa, além de detalhes sobre orçamentos, patrocinadores, credenciamento, transporte e a cobertura anterior ao evento. Henrique Martins, por sua vez, ministrou a oficina O sentido do olhar: lentes DSLR no Laboratório Audiovisual, trazendo para o debate a análise de diversas cenas de filmes e problematizando, a partir delas, o papel central da câmera na construção de um significado desejado, sendo capaz de criar sensações e sentimentos diferentes. Também contamos com a presença de Greyce Ornelas, que comandou a oficina Expressividade vocal e canto coletivo, propondo dinâmicas e exercícios de variação de voz, como entre grave e agudo, de movimentação e de respiração. Já Amanda Stephanie ficou responsável pelo workshop Locução: a voz na mídia, repleto de exercícios que ajudam no aquecimento e desaquecimento da voz e também de estratégias para mantermos a voz sempre afinada.
Gabriela Barbosa, mestranda na PUC Minas, abordou, em sua oficina, a utilização do Instagram. Discorreu sobre seu funcionamento, estratégias de atualizações e criação de novos recursos para incrementar o aplicativo, tendo sempre em vista o interesse dos usuários. Na oficina Produção de artistas na cultura POP Tais Palmares e Carol de Amar falaram sobre o papel de um produtor e outros profissionais na carreira de um artista, e ainda abordaram assuntos como gerenciamento, entretenimento e sua constante luta contra o machismo neste mercado. Leo Gomes mostrou alguns de seus trabalhos na oficina Direção de arte: design gráfico para campanha de moda. Além de apresentar para os alunos suas peças, ele também contou um pouco sobre suas experiências e o que aprendeu durante a carreira.
Celebrada em edições anteriores, oficina Forró Queer, encabeçada por Laura James e Marina Coura, subverteu, novamente, as regras masculinistas da dança de salão. Finalizando a parte da manhã, tivemos uma performance de Marta Neves, outra grande contestadora de normas, com seu ácido e irônico Bigfrau Confort.
O turno da tarde também começou artístico, com a Dança dos caixotes do Projeto Providência. A programação seguiu com a palestra Direção de atores, ofertada pelo diretor, ator e produtor de cinema Cláudio Costa Val, que priorizou questões acerca da orientação de atores e da construção de personagens. Na oficina sobre Maquiagem publicitária, a maquiadora Flávia Lala deu dicas sobre maquiagem e diversas técnicas de aplicação de produtos, tendo como maior objetivo pensar produções voltadas para foto e vídeo. Victor Soares e Isabelle Melo falaram sobre a produção de vídeos para empresas e projetos na palestra Fashion Film, com continuidade no dia 27. Em Mulheres praticantes e vítimas de crimes e delitos, Lúcia Lamounier e Flora Moara abordaram a temática da mulher na sociedade brasileira, priorizando processos e análises de casos de agressão, homicídios dolosos e concentração regional de registros policiais, processos penais, pronúncias, sentenças e condenação. Gabriela Filippo ficou responsável pela oficina Assistência de direção no audiovisual. O workshop de Produção em cinema, com Thiago Macêdo Correia, criador da produtora Filmes de Plástico, operou como importante fonte de incentivou para os alunos, estimulando-os a inscrever seus filmes em festivais e editais. Por fim, DJ Arthur Dux falou sobre técnicas e noções sobre melodia, som, drop, edição de faixas e mixagem na oficina Produção de música eletrônica.
Para além das paredes do prédio 13, os alunos puderam participar de oficinas livres de Circo e Astrologia, que ocorreram na carinhosamente apelidada “prainha”, parte lateral do edifício, radicalmente reapropriado durante a Jornada. Mérito, também, da Feira de Economia Solidária, que toma conta da área com a celebração de um tipo de produção mais humana, saudável e sustentável. Comerciantes, produtores, alunos e professores encerraram o dia nesse espaço plural, ao som do grupo Maracatu Estrela de Aruanda, que batucou, até escurecer, a energia de nossa luta coletiva.