Em seu artigo “O ‘gado humano’ que Bolsonaro leva ao matadouro”, Eliane Brum expõe as ações e atribui a dose de culpa necessária ao atual presidente frente à contagem de 100.000 vítimas de covid-19 no país. Em uma análise ímpar, a jornalista explicita como e porque seu índice de aprovação cresceu mesmo diante de seu comportamento irresponsável.
A melhora na aprovação de Bolsonaro vem, sobretudo, da desinformação que ronda os 600 reais do auxílio emergencial. A população mais pobre, apegada a sobrevivência imediata e desapegada de um possível futuro, encara tal benefício como concessão do mandatário, quando, na verdade, é uma medida imposta pelo Congresso Nacional.
O número de mortes aumenta por todo o território nacional enquanto a perspectiva do amanhã se reserva, em sua maioria, para os mais ricos e brancos. Parte dos marginalizados depositam, então, sua fé e esperanças na religião e em Deus.
Brum chega ao cerne da questão quando resume a situação no seguinte trecho: “ O ‘e daí?’ de Bolsonaro é apenas um degrau a mais, por ter sido dito em voz alta, para o grande ‘e daí?’ histórico, permanente e persistente vivido pelos mais pobres ao longo de gerações e de Governos”. A referência ao descaso do presidente é clara e repleta de indiferença e ignorância.
Completando a série de exposições, o atual cenário político também é discutido durante o artigo. Com argumentos fortes e exposições precisas, a jornalista aponta as estratégias de Bolsonaro para desviar o foco das acusações que o cercam por todos os lados, assim como mostra a ação (ou sua falta) por parte da oposição.
Por fim, a pergunta que direciona toda a discussão é respondida: quem são os verdadeiros burros e mal informados na conjuntura atual?. Um grato alívio se dá quando a resistência dos mais afetados pela pandemia e crise no país se faz presente e mostra que não fazem parte do gado do presidente.