Colab
Jovem negra segurando cheque premiado em dois mil reais no evento do Sebrae
Janaina Veloso vencedora do prêmio na categoria Jornalismo Universitário

Reportagem do Colab recebe prêmio em Minas 

De autoria de Janaina Veloso, texto sobre empreendedoras do Vale do Jequitinhonha é vencedor da 11ª edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo com reportagem produzida para o Colab.

A aluna Janaína Veloso, estudante do 6° período na PUC Minas São Gabriel, foi agraciada na etapa regional da 11ª edição do Prêmio Sebrae, na estreia da categoria Jornalismo Universitário, com a reportagem Dona de Mim: fundo apoia empreendedorismo feminino em MG, publicada no Colab. No texto, Janaina traz trajetórias inspiradoras de empreendedoras do Vale do Jequitinhonha, que relatam seus sonhos, os desafios para seguir em frente e suas respectivas relações com um fundo que apoia essas mulheres financeiramente. 

Como surgiu

Em entrevista, Janaína contou que a ideia de produção dessa pauta surgiu em uma aula de Laboratório de Jornalismo Audiovisual, quando a professora Viviane Maia, da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC, comentou sobre o prêmio e ofertou a oportunidade de que os estudantes sugerissem pautas relacionadas ao tema do concurso para publicar no Colab. Janaína, que já conhecia o projeto “Dona de Mim” por meio de estágio na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede MG), apresentou a proposta para a professora, que gostou da ideia.

O projeto 

O projeto “Dona de Mim” existe desde a pandemia em âmbito nacional e ajuda microempreendedoras, empreendedoras de comunidades ou mulheres que não têm acesso ao crédito, por meio de financiamento acessível, podendo a dívida ser parcelada em até 25 vezes. Além do crédito, as participantes são orientadas em relação à gestão do empreendimento. O programa busca promover a  independência econômica e fortalecer capacidades empresariais.

Processo de produção

Para desenvolver a reportagem, Janaína conta que precisou estudar muito o cenário do empreendedorismo no Brasil, mas decidiu fazer um recorte para o estado, pois a premiação era estadual. Primeiro, procurou fontes oficiais, como o próprio Sebrae, e também procurou a empresa, que fica na cidade de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. Depois precisou ir atrás das personagens, as mulheres do “Dona de Mim”, para entrevistá-las. Houve dificuldade, porque a maioria delas exercia dupla jornada. “Se eu preciso agendar uma entrevista meio-dia, elas estão cozinhando, se é uma hora da tarde, aí tem que ir buscar o neto, ou então ficar com o filho, se é quatro horas, aí elas já têm que começar uma produção”, afirma a aluna. Ela revela ter temido ficar sem personagem, por conta do tempo curto para a produção, e que não iria falar somente sobre o dado, pois “precisava saber a visão delas.” Além disso, Janaína conta que precisou exercer muito a escuta, “aquela empatia, de falar, não só querendo extrair algo delas para que pudesse ter algum benefício. Não, realmente eu estava interessada em conversar, entender, compreender o que estava acontecendo, a importância daquilo, então eu ouvia com muita atenção”.

Importância da premiação

Janaina destaca que ainda nem conseguiu processar a real dimensão do  prêmio, de tão importante que foi para ela. “Esse prêmio mostrou que eu existo!” Ela pontua também a importância para sua jornada na profissão: “O prêmio tem a importância de validar o caminho que eu estou traçando na comunicação, que não é um caminho fácil, por eu ser uma mulher negra.” Ela nunca imaginou ganhar um prêmio falando sobre empreendedorismo: “E exatamente pelo fato do meu padrão não existir na comunicação e não estar falando de algo somente social, eu achava que não iria ganhar. Eu fui para aplaudir quem iria vencer.”

E reforça: “Eu não fiz essa matéria para ganhar o prêmio. Eu fiz essa matéria para dar o meu melhor. Tudo que eu faço, eu faço dando o meu melhor, faço com amor e com carinho. Se der resultado positivo com aquilo, excelente, se não, eu queria fazer algo que honrasse também o tempo dos meus personagens.”

Segundo Janaína, “não desistir foi importante. E levar com seriedade, mas, ao mesmo tempo, com leveza e bom humor a minha trajetória, tem funcionado”.

Outros finalistas

A 11° edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo teve, na categoria “Jornalismo Universitário”, além da reportagem vencedora, outras três finalistas produzidas por alunos de Jornalismo da PUC Minas. São elas: A revitalização dos espaços urbanos de Belo Horizonte e o impacto na comunidade local, de Gabriel Arlindo e João Vitor Rangel; e BH: o mundo todo cabe aqui, de Laura Scardua, publicadas no jornal Marco; e Não tem prainha, bebe no copo Lagoinha, dos alunos Davison Henrique, Flávia Madureira, Giovanna Minarrini, Isabela Gouveia e Virgínia Muniz, publicada no Panorama SG.

Colab premiado

Seis pessoas, quatro mulheres e dois homens, sorrindo olhando para frente. Uma das mulheres está segurando o prêmio.
Ganhadoras, professores de Jornalismo da PUC Minas e o Caco Barcellos no evento de premiação da CDL

Esta não é a primeira vez que trabalhos do Colab se destacam em premiações. No ano passado, a reportagem Minas aprova isenção de ICMS para in natura dos alunos Nara Ferreira, Alexandre Temponi, Maria Eduarda Mariano e Rafael Consolmago conquistou o 1° lugar na categoria Estudante do Prêmio CDL de Jornalismo.A reportagem traz a notícia de que produtos minimamente processados passaram a ser isentos do ICMS, e faz uma apuração detalhada com dados e explicações de especialistas, comparando os preços desses produtos com os ultraprocessados. O resultado foi identificar a alta cobrança de impostos para produtos naturais e baixa cobrança para alimentos processados e mais práticos, que, por sinal, fazem mal à saúde. Nutricionistas exemplificam os perigos desses alimentos à saúde e as doenças que podem ser causadas pelo consumo. A reportagem aborda ainda o fato de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros serem frutos da produção familiar, porém, esses agricultores têm mais dificuldades quando se fala em investimento, já que muitos estão distantes de uma inclusão digital, não possuem escolaridade e têm acesso limitado a benefícios.

João Augusto Souto e Silva

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