Os Jogos Olímpicos de Verão 2024 estão se aproximando. Neste ano, a sede dos jogos é Paris, A Cidade Luz. A grande novidade na temporada dos jogos é a inclusão de dois novos esportes: o breaking e a canoagem slalom extremo ou caiaque cross.
Breaking
O breaking é um estilo de dança que surgiu nos Estados Unidos na década de 1970, na região do Bronx, em Nova York. Este estilo foi criado pelas comunidades negra e latina com o objetivo de pacificar disputas territoriais na região. Os jovens começaram a se distanciar das gangues de rua, e a violência deu lugar às batalhas entre as crews, grupos de dançarinos que se juntavam para disputar quem apresentava os movimentos mais espetaculares.
O estilo era dançado em eventos que dariam origem à cultura hip-hop. DJs como Kool Herc (conhecido como o pai da cultura), Grandmaster Flash e Afrika Bambaataa organizavam festas de rua em seus bairros, tocando duas cópias do mesmo disco e mixando para prolongar a parte de breakdown das faixas. Nessas horas, surgiam os break-boys e break-girls, mais tarde abreviados para B-Boys e B-Girls.
Segundo Rodrigo Pinheiro Peres, professor e dançarino, o “breaking é uma unidade de batida (música) e movimento, o sentimento interior que inflama a criatividade, a alegria, a cura e o infinito instinto de dançar. Breaking toca todas as pessoas e continua evoluindo e é a auto expressão em sua forma mais pura. A arte da batalha dentro da dança na cultura Hip Hop é diferente de muitas outras coisas, ela traz o melhor das pessoas.”
Nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a competição de breaking será dividida nas categorias feminina e masculina, com 16 atletas em cada modalidade, totalizando 32 competidores. Os B-Boys e B-Girls se enfrentarão em batalhas individuais. O evento ocorrerá em dois dias distintos, um dedicado aos homens e outro às mulheres. Os juízes avaliarão as batalhas com base em seis critérios: criatividade, personalidade, técnica, variedade, performatividade e musicalidade.
Um número ímpar de juízes (mínimo três) será necessário para pontuar as batalhas. As notas de técnica, performatividade e criatividade representam 60% da pontuação total, enquanto variedade, musicalidade e personalidade valem 40%. Os juízes enviam seus votos após cada rodada, sendo o vencedor aquele que tiver mais pontos.
Rodrigo Pinheiro expressa felicidade e orgulho com a inclusão do breaking nas Olimpíadas “É emocionante ver o breaking no palco olímpico, mostrando ao mundo a energia e a criatividade dessa cultura”. Maso Brasil não será representado na primeira participação do breaking nos Jogos “A inclusão do breaking nas Olimpíadas já é histórico por si só. O Brasil não está classificado, mas fomos bem no mundial, no Panamericano mas, infelizmente, nas classificatórias não fomos bem”, lamenta. No entanto, ele tem boas expectativas para os Jogos futuros: “É novo, mas o Brasil tem excelentes dançarinos e é possível chegar lá”, destaca
Caiaque Cross
A canoagem já é uma tradição nos Jogos Olímpicos, presente desde 1936. Em 2024, uma nova prova será incluída na canoagem slalom: o caiaque cross. Essa modalidade se diferencia das outras por ser mais dinâmica e intensa, combinando elementos de velocidade e técnica em um percurso repleto de obstáculos.
No caiaque cross, quatro atletas competem simultaneamente em um percurso com boias, obstáculos e corredeiras artificiais. A competição é marcada por alta intensidade e necessidade de habilidades técnicas avançadas. Os atletas devem não apenas ser rápidos, mas também hábeis na navegação e na superação dos obstáculos.
O Brasil terá a chance de participar do caiaque cross nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Segundo as regras da Federação Internacional de Canoagem (ICF), um atleta classificado pode competir em várias provas, desde que se respeite o limite de um competidor por país no caiaque (K1) e na canoa (C1), e dois no caiaque cross.
As atletas Ana Sátila garantiu uma vaga no C1 feminino, Omira Estácia no K1 feminino e Pepê Gonçalves no K1 masculino. Na canoagem slalom, as vagas são designadas ao país, não aos atletas específicos.
Autores: Bruno Paz e Karen Cristina.