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Imagem meramente ilustrativa de um festival de música / Tijs van Leur
Imagem meramente ilustrativa de um festival de música / Tijs van Leur via Unsplash

O que esperar dos festivais de música no pós-pandemia?

Expectativa é de que festivais de música voltem a movimentar a economia e o turismo no país

Mais de um ano se passou desde que aglomerações com música e bebidas foram suspensas, mas profissionais do setor enxergam uma luz no fim do túnel. Com o avanço da vacinação no país, já é possível sonhar com atividades como festas e festivais de música: para 2022, vários festivais têm datas confirmadas em todo Brasil.

Além de mobilizar multidões apaixonadas por música, festivais movimentam também a economia e o turismo do país. Segundo dados da Secretaria do Turismo do Rio de Janeiro a ocupação hoteleira chegou a 92% na segunda semana do festival Rock in Rio nos bairros  Flamengo e Botafogo. Foram gerados mais de 25 mil empregos durante a oitava edição do Rock in Rio, que em 2019 movimentou cerca de R $1,7 bilhão na economia do estado. De acordo com uma pesquisa da PwC, o Brasil é o segundo maior mercado do ramo de eventos musicais da América Latina, atrás apenas do México.

MG na rota dos festivais de música

Na capital mineira, são sediados anualmente eventos como Planeta Brasil, Festival Sarará, Sensacional, Só Track Boa, Samba Prime, Breve Festival, dentre outros. Parte desses festivais já tem datas e atrações confirmadas para 2022, a exemplo do Festival Sarará que será realizado no dia 27 de agosto do próximo ano, na Esplanada do Mineirão. Esta será a terceira edição do evento em BH, com apresentações de artistas consagrados da música brasileira hoje, como Elza Soares, Zeca Pagodinho e Pabllo Vittar.

Também com previsão de retorno para 2022, o Planeta Brasil ocorre anualmente no mês de janeiro, em Belo Horizonte, e se consagra como o maior festival da cidade e o terceiro maior do país, segundo Henrique Chaves, diretor do festival. Trazendo para os palcos brasileiros nomes da música nacional e internacional, como o rapper americano Tyga e os australianos Nick Murphy. Em 2020, em entrevista ao jornal Hoje em Dia, Henrique Chaves, sócio da SleepWalkers Entretenimento, defendeu que  o Planeta Brasil vem reforçando, nos últimos anos, sua missão de celebrar a diversidade, a arte e a consciência.

Em conversa com o DJ e produtor musical Diemerson Mauro ROST DJ que atua na cena musical mineira, e produtor da “Party Hard” festa eletrônica que é realizada em BH anualmente, sobre as expectativas para a volta dos festivais no próximo ano ele nos fala que “as expectativas são boas, acredito que haverá  uma demanda enorme por eventos”.

Megaeventos no calendário 2022

Nacionalmente, também foram confirmados mega eventos como o Rock in Rio, no Rio de Janeiro, que estava com data marcada para setembro de 2021 mas, em decorrência da crise sanitária, foi adiado para setembro de 2022. Atrações já confirmadas para o primeiro final de semana do evento incluem os cantores pop Demi Lovato e Justin Bieber. Em São Paulo, o festival Lollapalooza, que estava com data  marcada para março de 2020, também foi adiado para 2022, com a presença confirmada do rapper Travis Scott pela primeira vez na América do Sul.

Giro econômico

O mercado do entretenimento foi um dos mais afetados pela pandemia nos últimos 20 meses Uma pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em parceria com a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), revelou que no Brasil mais de 51% dos eventos planejados para 2020 foram cancelados e mais de 300 mil shows ou eventos deixaram de ser realizados. Cerca de 35% dos empresários buscaram empréstimos e 88,6% relataram quedas no faturamento. “Maioria teve que largar a área do entretenimento e migrar para outras áreas por falta de shows e eventos, o financeiro pesa muito pra quem vive só disso” comenta ROST DJ.

Segundo estimativa do governo federal, a participação da cultura corresponde a 2,6% do (PIB) nacional, gerando 1 milhão de empregos em todo país anualmente. Em conversa com o ROST DJ sobre a importância econômica de um festival para uma cidade ou estado ele nos fala que “a cada quatro pessoas no Brasil uma trabalha na área do entretenimento, então, podemos ter noção do que um grande festival pode movimentar numa economia local. São seguranças, profissionais de palco, iluminação, lojas de roupas que vendem mais nas vésperas do evento, os salões de beleza que ficam lotados. Para a execução da “Party Hard”por exemplo, são gerados cerca de 300 empregos indiretamente”.

Expectativas de retorno

Uma pesquisa realizada pela plataforma de intercâmbio de ingressos Stubhub entrevistou mais de mil brasileiros e revelou que, cerca de 65% dos entrevistados afirmam ir em festivais regularmente, enquanto 35% alegam já ter ido a algum. A pesquisa também revela que  cerca de 65% escolhem ir a um festival pela experiência a ser vivida. É o caso da mineira de 26 anos Julia Xisto, que coleciona mais de 18 mil seguidores em um de seus perfis em mídias sociais, na qual ela mostra seu dia a dia e conta suas experiências dos vários festivais que frequenta. “Para mim música é tudo, sabe? É expressão, é personalidade, é estilo de vida e isso reflete para mim para tudo. Música pra mim é felicidade é libertação, acredito que seja muito mais que música é a história da minha vida”, declara a jovem.

No cenário atual, com o vírus da covid-19 ainda à solta, apresentações musicais com um número maior de pessoas ainda são inviáveis, portanto ainda é necessário tomar os devidos cuidados e priorizar a vacinação para todos. “Eu penso que até o meio do ano que vem [2022] ou até um pouco menos já começam os festivais grandes, acho que quando voltar vai voltar com tudo! Eu acho que os ingressos vão esgotar muito rápido porque vai está todo mundo com aquela sede de ir em festa, de aproveitar, a galera vai sair de casa vai querer aproveitar o tempo perdido na pandemia, o que não vai deixar de ter é eventos no pós pandemia, e eu quero ir em todos” finaliza Júlia.

Luiz Fernandes

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