Colab
A imagem mostra quatro pessoas adultas em pé, sorrindo e posando para uma foto em um palco, com um telão digital ao fundo. A cena é de uma cerimônia de premiação noturna, com iluminação de palco na cor azul. No centro, duas mulheres, uma vestindo um vestido vermelho e a outra uma blusa marrom, seguram um troféu de acrílico transparente. À esquerda da imagem, um homem de terno cinza e calça preta, e à direita, um homem de blazer preto e jeans escuro. O telão digital ao fundo exibe a frase "1º LUGAR" e imagens de pessoas em um contexto de reportagem.
Foto: Sebrae Minas

Reportagem do Colab ganha Prêmio Sebrae de Jornalismo 

“Empreendedores nas favelas: do Aglomerado ao Cabana” conquista primeiro lugar na categoria estudantil

A reportagem Empreendedores nas favelas: do Aglomerado ao Cabana, produzida para o Colab pelas estudantes de Jornalismo da PUC Minas Mariana Brandão e Danielly Camargos foi vencedora da 12ª edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo, realizada na última sexta-feira (19).

Selecionada em primeiro lugar na categoria Jornalismo Universitário, a reportagem contou com a supervisão e edição da professora Fernanda Sanglard e narra a realidade de empreendedores de comunidades de Belo Horizonte (MG), como Aglomerado da Serra e Cabana do Pai Tomás, trazendo à tona os desafios desses profissionais e a carência de políticas públicas.

Mariana Brandão e Danielly Camargos são alunas do Campus São Gabriel da PUC Minas e mergulharam no universo do empreendedorismo de bairros e favelas. O conteúdo apresenta a trajetória de quatro empreendedores do Aglomerado da Serra e da Cabana do Pai Tomás, destacando diferentes perspectivas: o empreendedorismo comunitário, social, feminino e criativo.

Além de dar visibilidade às iniciativas locais, a reportagem também propõe uma reflexão crítica sobre como o empreendedorismo é frequentemente imposto a pessoas em situação de vulnerabilidade. O trabalho problematiza a lógica neoliberal que atribui ao indivíduo a responsabilidade de garantir suas condições de vida, ao mesmo tempo em que reduz a relevância das políticas públicas.

Com base em dados sobre desemprego e regimes de trabalho, formais e informais, a reportagem convida o público a refletir sobre a percepção dos próprios trabalhadores em relação às diferentes formas de inserção no mercado.

Conforme a professora Fernanda Sanglard, o prêmio é um incentivo para que o Colab continue produzindo jornalismo experimental crítico e de qualidade, um reconhecimento pela dedicação das alunas e também uma forma de demonstrar no âmbito da universidade o quão importante é investir em laboratórios de treinamento profissional. 

“Por meio das monitorias, expandimos a perspectiva do estágio tradicional e buscamos engajar os estudantes na produção jornalística em todas as suas fases, pensando de modo horizontalizado novas formas de tratar as temáticas socialmente relevantes. O prêmio foi conquistado por esta equipe, mas é um reconhecimento de todo o laboratório e do curso de Jornalismo da PUC Minas, que nos permite manter esses espaços”, celebra Fernanda. 

Mariana Brandão concorda e reforça o significado especial da premiação. “O prêmio não é só um reconhecimento da matéria produzida, mas também do trabalho realizado dentro dos laboratórios de jornalismo universitário. Ser premiada junto com tantos jornalistas renomados me fez sentir um deles, além de validar a nossa competência e nos dar esperança para um futuro profissional. Vários profissionais que admiramos nos parabenizaram e se interessaram pela matéria.”

Dupla de Mariana na produção, Danielly Camargos salienta que “ganhar esse prêmio é um sonho que todo estudante de jornalismo almeja. Foi muito especial poder realizá-lo com o reconhecimento dessa matéria”.

A importância do prêmio para o empreendedorismo

Mariana explica que o prêmio ressalta a importância do pensamento crítico ao falar de empreendedorismo. “A premiação confirma que podemos exaltar os empreendedores, mas sem validar a forma que o empreendedorismo tem sido uma solução para as pessoas em vulnerabilidade, em lugares que o poder estatal não chega.”

Para Danielly, quando se pensa em empreendedorismo, a primeira coisa que vem à cabeça do senso comum são os grandes impérios construídos por pessoas brancas, de classe alta. “Queríamos mostrar o outro lado desse cenário. Adentramos as favelas de Belo Horizonte e contamos histórias incríveis de pessoas que não têm a vida ganha, mas que encontraram no empreendedorismo o poder para transformar a vida da comunidade e a própria. Mas também queríamos ir além, falar das dificuldades de se empreender. Porque o empreendedorismo não é um conto de fadas, como alguns coaches pregam.”

Os dados da reportagem revelam que mais de 50% dos empreendedores das favelas agem na informalidade. “O empreendedorismo não vai trazer a solução, ele não é perfeito, mas pode ser a porta de entrada para uma mudança de vida”, explica Danielly.

A reportagem premiada completa pode ser acessada aqui.

Danielly e Mariana / Foto: Júlia Melgaço
Texto escrito pelas monitoras do Colab da PUC Minas São Gabriel Lais Milagres e Jhennifer Alves, sob a supervisão da professora Fernanda Sanglard. Diagramado pela monitora Mariana Brandão.

Mariana Brandão

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