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Santos/Divulgação
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Observatório da Discriminação Racial é referência em monitoramento de casos no Brasil

Em entrevista ao Colab, o fundador e atual diretor executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, fala sobre o projeto, sua idealização, adversidades e impacto na sociedade

Criado em 2014, o Observatório da Discriminação Racial no Futebol é um projeto que monitora, debate e relata casos de racismo no esporte brasileiro. O projeto se tornou referência no país pelo ineditismo em tratar do tema de maneira profissional e sistematizada. Entre seus conteúdos de maior destaque estão entrevistas com jogadores, técnicos e jornalistas, campanhas que promovem o combate ao racismo e histórias sobre a luta contra a discriminação no futebol nacional.

Contudo, o material considerado mais notório produzido pelo site é o ‘Relatório Anual da discriminação’. Iniciado em 2015, o estudo tem como finalidade coletar os casos de racismo que ocorreram no Brasil entre 1° de janeiro até 31 de dezembro de cada ano corrente e apontar todos seus desdobramentos.

O resultado do reconhecimento do trabalho do Observatório passa por esse estudo, pelo contato com historiadores e jornalistas para tentar entender como o racismo no futebol funciona. Não é simplesmente ficar denunciando, gritando que o racismo aconteceu e querendo uma punição. Muitas vezes, desejar punição extrapola o que é permitido no regulamento.

Marcelo Carvalho, diretor executivo e fundador do Observatório.

A base da coleta de ocorrências, feita em conjunto com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), visa gerar reflexão na sociedade ao comprovar que casos de racismo não ocorrem de forma isolada. Atualmente, o projeto não tem apoio do governo e é feito de forma voluntária.

Em 2019, o Observatório ganhou notoriedade nacional após os treinadores Roger Machado, que estava no Bahia, e Marcão, do Fluminense, terem vestido a camisa do projeto em partida válida pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na época, os técnicos eram os únicos negros a comandarem clubes da Série A.

Para saber mais sobre a idealização do Observatório e seus conteúdos, o Colab entrevistou o fundador e diretor executivo do projeto, Marcelo Carvalho:

Marcelo Carvalho é fundador e diretor executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.

Abaixo, você confere a entrevista editada para otimizar a compreensão e leitura:

Para começar, gostaria que falasse um pouco do trabalho feito no Observatório. Por que e como foi criado esse projeto?

O Observatório da Discriminação Racial no Futebol nasce em 2014. Nasce de uma inquietação. Início do ano de 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, e nós acompanhamos uma série de casos de racismo, como a gente está acompanhando agora. Foram casos de racismo com Márcio Chagas, com o Tinga e com o Arouca.

Era início do ano e o Brasil parou para discutir a questão do racismo no futebol como se fosse algo novo, como se nunca tivesse acontecido no futebol brasileiro. E aí eu fui pesquisar de fato para saber se não era algo comum e, principalmente, para tentar encontrar o desdobramento desses casos, o que acontece após um caso de racismo.

Não encontrando essa informação, eu resolvi criar o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, que era um projeto com objetivo de monitorar e acompanhar os casos, dar mais espaço para todos os casos, não apenas casos que envolvam grandes nomes do futebol, que atuam em grandes clubes, mas todos os casos de racismo no futebol, e principalmente tentar acompanhar o desdobramento desses casos dentro da Justiça desportiva.

Como foi o desenvolvimento do Observatório? Você acha que o crescimento do projeto se deu devido à escassez desse tipo de conteúdo naquela época, em 2014, quando você teve essa ideia?

Com certeza. Quando o Observatório nasce, em 2014, eu não tinha a menor ideia de qual caminho a gente ia seguir, o tamanho que o Observatório ia ter oito anos depois,  principalmente porque, naquele momento que ele nasce, ele surge dentro do Twitter. No final de 2014 e início de 2015, nós tivemos um contato com a organização inglesa chamada Fair Network, e eles fazem relatórios anuais sobre os casos de racismo que eles monitoram na Europa. E isso me chamou atenção, eu disse: poxa é um trabalho que tá faltando aqui no Brasil.

Então, em 2015, nós produzimos o primeiro relatório anual da discriminação racial no futebol – que é um estudo inédito no Brasil, que traz os casos de racismo, aponta onde esses casos aconteceram, com quem eles aconteceram, os desdobramentos desses casos, sempre olhando para a justiça desportiva, mas, também, olhando para as ações dos clubes, para as ações da justiça comum, para a polícia.

Eu acho que essa foi a grande mudança. O resultado do reconhecimento do trabalho do Observatório passa por esse estudo, por essa pesquisa, por esse contato com historiadores e jornalistas, para tentar entender como o racismo no futebol funciona, e não simplesmente ficar denunciando, gritando que o racismo aconteceu e querendo uma punição. Muitas vezes, desejar punição extrapola o que é permitido no regulamento.

Qual a grande diferença do Observatório para o futebol brasileiro, seja para qualquer espaço, de jogadores a torcedores?

A principal mudança que o Observatório conseguiu produzir foi o debate sobre o racismo no futebol que é feito hoje. Tem uma frase do Breiller Pires, jornalista da ESPN, que conta que, antes do Observatório, ele tentou diversas vezes o tema racismo no futebol para dentro do jornalismo e era sempre recusada essa pauta. E aí, a partir do momento que o Observatório nasce e começa a produzir dados, começa a mostrar que o racismo no futebol é presente e é uma grande quantidade de casos que ocorrem ano a ano, ele disse que, quando chegou de novo para produzir uma matéria sobre racismo no futebol, essa pauta foi aceita.

Olhando para os clubes, eu percebo que lá em 2015/2016, quando o Observatório nasce – a gente monitora as datas 13/05 (Dia da Abolição da Escravatura no Brasil) e 20/11 (Dia da Consciência Negra) para ver quais clubes estavam se posicionando nessas datas. Eram poucos clubes, eram cinco, seis. A gente monitorou também o Dia do Orgulho LGBT: foram três. Então, hoje, em 2021/2022, praticamente todos os clubes têm uma postagem falando sobre a questão do 20 de Novembro, 13 de Maio e 21 de Março. Ou seja, cresceu o número de clubes olhando para a causa. Claro que ainda tá muito preso a determinadas datas, ainda tá muito preso a posts de redes sociais, a notas de repúdio, mas é um avanço. Nós estamos conseguindo quebrar o silenciamento

Como é esse contato com os clubes, com jogadores? Eles te procuram, procuram o Observatório para promover alguma ação, para entender um pouco mais sobre a causa? 

Até 2019, o Observatório tentava contato com os clubes de futebol, tentava levar para a pauta racial para dentro dos clubes e, muitas vezes, a gente ouvia que não precisa falar sobre racismo porque “aqui não acontecem casos de racismo”. De 2019 para cá, o Observatório decidiu testar a força que a gente tem. Será que a gente consegue, nós mesmos, produzir conteúdo, produzir ações e que essas ações reverberem nos clubes de futebol? Então, assim: vamos produzir um vídeo e vamos comunicar alguns clubes que já são parceiros que esse vídeo tá pronto e se eles publicam nas redes sociais deles. E funcionou.

Em 2019, nós conseguimos, por exemplo, fazer uma ação do Maracanã com Fluminense e Bahia. Róger Machado e Marcão usando a camisa do Observatório. Aquilo chamou muita atenção do Brasil e do mundo porque naquele momento estavam em campo os dois únicos técnicos negros do Campeonato Brasileiro da Série A naquele momento. E aí muita gente se espantou em descobrir que não temos treinadores (negros) no futebol brasileiro.

EC Bahia / Divulgação
EC Bahia / Divulgação

Então, o Observatório conseguiu sair do lugar e agora vamos propor. E aí, de 2019 pra cá, a gente tem sido muito procurado por clubes para que a gente pense, pra que a gente dê consultoria, para que existam novas ações. Não são ações de redes sociais, mas ações internas, dentro dos clubes de futebol.

Com jogadores é um pouco mais complicado, porque o jogador tem uma série de pessoas que o cercam. Então é muito difícil chegar diretamente no jogador de futebol. Você vai passar pelo clube e depois pela assessoria, pelo departamento de marketing que segue esse jogador. É muito mais difícil. Aí o Observatório decidiu fazer esse caminho via jornalismo esportivo. Não tentar chegar nos jogadores, mas provocar o jornalismo para que faça novas perguntas. O tema racismo começou a ser questionado por jogadores. Jogadores começaram a ser provocados a falar sobre. Ou seja, não foi através do Observatório, mas essa pergunta chegou aos jogadores e a gente tá vendo cada vez mais tendo ênfase em algumas matérias de jornais na televisão. O jogador está sendo questionado e a gente tá vendo alguns posicionamentos interessantes.

Você mencionou o fato de os técnicos usarem a camisa do Observatório e aparecerem na mídia. Hoje, há jogadores, técnicos, dirigentes, pessoas mais relevantes do futebol vestindo a camisa do Observatório. O quanto é importante para o projeto ter a sua marca atrelada a pessoas relevantes?

Mais do que simplesmente vestir a camisa, é literalmente vestir a camisa e entender o processo, entender o trabalho do Observatório, reverberar esse trabalho, e levar essa pauta adiante. Para nós , hoje, é muito simbólico quando a gente começa a perceber que mais e mais pessoas estão vestindo a camisa do Observatório e pessoas que conseguem ter influência na sociedade.

Esses dias eu recebi mensagem de jogadores que queriam vestir a camisa do Observatório: “Poxa, será que a gente consegue essa camisa para vestir?”. É o entendimento do que é o Observatório hoje. Não é uma simples camiseta que chegou para eles vestirem. Isso é importante demais. As pessoas entenderem o que é Observatório e principalmente tentar ajudar.

Como é a dificuldade de manter um projeto social por conta própria? Vocês já tentaram ter alguma ligação com o governo?

Já tentamos apoio, já fizemos contato. Já questionamos o STJD para onde vai o valor das multas e muitas vezes a resposta é: ‘Que tipo de organização é o Observatório?’. Se o Observatório for uma ONG, é possível repassar algumas verbas e tentar colocar um Observatório em alguns editais. A questão de ser uma ONG é complicada, juridicamente. 

O entendimento, do meu ponto de vista, também já começa errado. Por que eu tenho que ser uma organização? Por que eu não posso ser uma empresa de responsabilidade social que traz resultados para sociedade? O Observatório hoje dá resultado para sociedade, entrega um resultado para a sociedade. Toda vez que o Observatório entrega um relatório, ele está dando o resultado do trabalho dele.

O trabalho do Observatório hoje é tocado praticamente por mim e pela Débora, no trabalho voluntário, e outras pessoas que nos ajudam. Mas se a gente simplesmente desistir de fazer, o trabalho acabou. A gente está aí, mas a gente dá recados. E dizemos: estamos à disposição. Se não querem pagar a existência do Observatório, contratem o Observatório.

Aos clubes que nos convidam para participar de ações, reconheçam e invistam nesse trabalho. “Quero uma consultoria para uma ação”. Pague por essa consultoria, coloque um valor ali, porque é isso. Não dá para viver de luz, e nós estamos aqui falando de uma causa que não é [só para] o Marcelo, não é para as pessoas negras, é para a sociedade. Lutar contra o racismo não é algo que serve só para as pessoas negras. Tem uma faixa que diz: é impossível existir uma democracia enquanto existir racismo.

Estudando os casos de 2014 até 2020, percebe-se que um quinto desses casos são julgados e quase metade são absolvidos. Por que existe essa impunidade ainda até hoje?

Se nós sairmos do futebol, nós vamos ver que o Brasil tem uma lei contra o racismo que torna o racismo inafiançável e imprescritível, ou seja, uma pessoa que cometer racismo, ela deve estar na cadeia. Nós não temos ninguém preso por racismo no Brasil, por mais que a pessoa diga que aquela é racista e xingue alguém na frente das câmeras ou xingue uma coletividade para ser dado como racismo. Chega na delegacia e dizem que ela cometeu injúria racial. E aí ela paga fiança, é liberada e vai para casa.

Como é encarado o racismo para quem está no poder, para quem tem o poder de decisão? O que entende do que é o racismo e da gravidade desses casos? E aí nós vamos ter essa baixa quantidade de casos punidos.

A outra questão que a gente precisa entender é a lei. Quando esses casos são punidos? Bom, eles precisam chegar até o tribunal pela súmula ou pela denúncia. Chegando ao tribunal, eles vão entrar dentro do artigo 243-G, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que diz que, em caso de discriminação, pode render uma punição, que pode ser uma multa, pode ser jogo com portão fechado, perda de pontos e exclusão do campeonato.

A diferença para punir a gravidade está no número de torcedores que cometerem um ato de racismo. E aí tem uma brecha: qual é o número de torcedores que torna o ato grave? E o que que torna o ato grave? Isso não tá dito, não tá escrito. E aí acaba que a gente vai ver julgamentos diferentes para casos iguais. O tribunal de um estado julga o caso de uma forma e de outro estado julga de outra forma casos muito semelhantes. Então, a maneira como está escrito leva a interpretação. Essa sensação de impunidade faz com que os torcedores gritem insultos racistas porque, muitas vezes, eles sabem que não vão ser punidos, e também o clube não vai ser punido. 

Você citou essa diferença de impunidade dependendo do estado. Se coletar os relatórios entre 2014 e 2020, o Rio Grande do Sul tem a mesma quantidade de casos que São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais juntos. Isso tem uma relação histórica? E como podem ser reduzidos os casos de racismo lá no Rio Grande do Sul?

Em 2019, eu fui com o presidente do STJD até o terminal de Justiça do Rio Grande do Sul, na Federação Gaúcha, e nós abordamos essa questão. No Rio Grande do Sul tem muitos casos de racismo. O pessoal nos mostrou um trabalho, nos mostrou o resultado dos casos. Mas ali tem um entendimento que, quando o insulto é proferido por um torcedor, o clube não pode ser punido. E aí, tivemos muitos casos de absolvição.

Se o torcedor tá vendo que não tá acontecendo nada com quem comete racismo, ele também vai fazer. Principalmente porque ele sabe que ele vai causar o que está causando, no sentido de mexer com a estrutura do jogador que recebeu o insulto ou com a outra torcida.

Falando do Rio Grande do Sul, eu não vou entrar no mérito se o Rio Grande do Sul é um estado racista, mais racista que outros estados, mas eu só vou deixar uma outra informação. Em outro estudo feito sobre denúncias de injúria racial na sociedade brasileira, não falando exclusivamente de futebol, o Rio Grande do Sul é apontando como o estado com maior número de denúncias. Ou seja, temos de fato um problema.

No mapa abaixo, visualização dos casos de racismo nos Estados Brasileiros registrados nos relatórios do Observatório:

Falando ainda sobre o Rio Grande do Sul, nos últimos meses, o Internacional lançou um canal de denúncias do seu torcedor, não só para a questão racial, mas para a questão de LGBTfobia, de violência contra mulher. O quanto essa iniciativa é um avanço no combate ao racismo no futebol? Como ela pode servir de espelho para os outros clubes também começarem a ter iniciativas semelhantes? 

Sim, pode servir como espelho. Haja vista o exemplo que a gente tem do Bahia. A partir do momento que o Bahia teve um núcleo de ações afirmativas, a gente consegue ver essa iniciativa em outros clubes de futebol. Diretorias de diversidade, diretoria de ações sociais. Então, a gente está vendo o crescimento desse trabalho em outros clubes de futebol. Exatamente no Rio Grande do Sul, nos últimos meses, o Internacional lançou um canal de denúncias para o seu torcedor. O Bahia fez, deu certo, e foi reconhecido. A mesma coisa é para esse canal de denúncia. Eu acho que a partir do momento que começar a funcionar, outros clubes vão copiar esse exemplo.

O Observatório tem um sonho de um aplicativo que é justamente isso. A gente recebe a denúncia (que não precisa ser midiática), a gente trata ela e chamamos o clube para dizer: “Olha, aconteceu esse caso. Vamos identificar esse torcedor. Se ele for sócio, vamos excluir ele do quadro social, que é outra coisa que o Inter fez. Acho que esses são pequenos passos que a gente vai dando que no futuro vão ter um resultado muito bom.

Como você enxerga que o racismo no futebol pode ser diminuído, e isso, obviamente, para não citar que ele pode ser extinto? Nos últimos anos, temos evoluído ou regredido no combate ao preconceito racial no futebol brasileiro?

Acabar com o racismo no futebol é impossível porque a gente tá falando numa sociedade extremamente racista. Mas o futebol não pode ser palco para racista se manifestar. O futebol não pode ser palco para que as pessoas expressem ou comecem a recrutar outras pessoas que pensem que nem elas. Como é que a gente não torna futebol esse palco? Punindo quem cometer esse ato, não dando essa liberdade para as pessoas.

No momento em que os casos estão crescendo, é preciso uma mão forte de punição. E é preciso uma união de todos os envolvidos nesse processo, clubes, CBF, Federação, tribunais, para decidir o que vamos fazer. Vamos montar um grupo para trabalhar essa questão racial. O problema tá no artigo 2 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva? Como a gente pode melhorar? Como a gente pode incentivar que os clubes façam posicionamentos? Como a gente pode incentivar que clubes façam campanhas?  Eu acho que a gente precisa fazer hoje. Não dá para pensar em ações em que cada um faz o que quer, tudo solto. É preciso unir esforços nesse momento. E é preciso punir. É preciso colocar os racistas na cadeia. É preciso tirar eles dos estádios de futebol.

Acabar com o racismo a gente não vai porque depois que começar a combater o racismo individual a gente vai precisar olhar para o racismo estrutural. Vamos precisar questionar o porquê nós não temos treinadores negros. Por que nós não temos dirigentes negros? Por que não tem negros na gestão dos grandes clubes de futebol? Esse é um outro passo, e aí eu não sei se os clubes de futebol estão interessados em mexer nesse lugar. Mas é isso, quando a gente fala de racismo no futebol, a gente também precisa discutir a não presença de negros nos espaços de comando decisão do futebol.

Reportagem desenvolvida por Lucas Jannotti, Maria Clara Soares, Otávio Loureiro, Pedro Leite e Sofia Gontijo no semestre 2022/1 para a disciplina Laboratório de Jornalismo Digital, sob a supervisão da professora Verônica Soares da Costa.

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