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Maestro Fabio Mechetti em uma apresentação frontalmente de braços abertos no meio da imagem
Rafael Motta

Maestro Fabio Mechetti: excelência musical no Brasil e além

Conheça a história do Diretor Musical e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Fabio Mechetti

O maestro Fabio Mechetti no centro da foto em uma apresentação orquestrada, ele segura um bastão de maestro em sua mão esquerda com o corpo direcionado à direita
Maestro Fabio Mechetti em atuação na Orquestra Filarmônica de Minas Gerais / Créditos: Rafael Motta

Fabio Mechetti é Diretor Musical e o Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, da qual é membro desde sua formação e um dos responsáveis por um dos maiores projetos e mais bem sucedidos do mercado musical brasileiro, reconhecido internacionalmente por sua performance e infraestrutura. 

Paulistano, o maestro estudou e performou por todo o mundo, sendo uma presença importante em orquestras e projetos nacionais e internacionais. Fez seu nome no ramo da música, especializando-se naquilo que o move e, afetuosamente, entende como o melhor que a humanidade conseguiu produzir.

Da Família Musical à Maestria Internacional

Fabio encontrou a música muito cedo em sua vida. Cresceu em uma casa de artistas: seu avô e pai foram maestros no Theatro Municipal de São Paulo, ambiente que frequentou cotidianamente, influenciando-se pela presença que as orquestras da sua juventude já tinham em sua vida. 

Seus estudos de música começaram ainda em casa, acompanhado pelas figuras de seu pai e avô, recebeu aulas particulares de piano e, posteriormente, ingressou para o Conservatório Musical Brooklin Paulista, onde começou a ter aulas formais de 1971 a 1975

Por histórico familiar, sabia da dificuldade de seguir uma carreira profissional no ramo, então, optou por cursar jornalismo na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). “Depois de alguns anos, me convenci de que a música era tudo o que queria fazer na vida, e, assim, me transferi de curso”. Formou-se em Regência e Composição e fez mestrado na Juilliard School, uma das mais renomadas escolas de artes do mundo, em Nova York, onde se estabeleceu por um tempo.

A Fundação e Ascensão da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Todo projeto de excelência no Brasil, principalmente na área cultural, é um ato de ousadia, coragem e heroísmo

Fabio Mechetti
Em uma sala ampla de apresentação, uma equipe composta por quase 80 músicos se encontram no palco ao centro inferior da imagem
Equipe de músicos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais / Créditos: Rafael Motta

Em 2007, Mechetti recebeu uma proposta para participar do projeto da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, que ainda não tinha sido fundada, e lhe foi apresentada como um projeto de reconfiguração da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, baseado no sucesso da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. 

A ideia era fazer com que uma orquestra fosse administrada pela Sociedade Civil, seus músicos contratados pela CLT, ao invés de um sistema tradicional de funcionalismo público. Acreditando no potencial criativo do projeto, ele conta: “Obtive as condições necessárias para montar toda a estrutura da orquestra que viria a se tornar a Filarmônica de Minas Gerais”.

O empenho coletivo buscava transformar o feito inicial em uma nova orquestra: com uma nova temporada e novos repertórios para o início de 2008, objetivo ao qual se dedicaram intensamente para reunir novos músicos.

Visando um quadro mínimo de 80 artistas, Fabio Mechetti, junto à equipe, realizou audições em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, foram aos EUA, à Sérvia e Polônia para “selecionar jovens músicos que apostavam nessa ideia original, de uma orquestra ainda no papel, mas que apresentava uma nova e única realidade: a criação de uma orquestra de excelência em nosso país”.

Ainda no final de 2007, realizaram um enorme esforço para possibilitar a realocação dos artistas em nosso país e reunir recursos para trajes, instrumentos e demais aparelhos. Em 21 de fevereiro de 2008, ocorreu o primeiro concerto no Palácio das Artes com a Nona Sinfonia de Beethoven. O sucesso da Orquestra aconteceu rapidamente, tendo em seus  músicos talentosos um dos principais motivos, junto ao trabalho da equipe administrativa, o apoio do governo, e a presença de artistas renomados que foram prestigiar a estreia.

De 2008 a 2015, a Orquestra se apresentou, principalmente, no Grande Teatro do Palácio das Artes, mas sempre se empenhou para  levar a música para além dos palcos, “Fomos a várias cidades do interior de Minas, fizemos nossa primeira turnê nacional, por quase todas as capitais brasileiras, e fomos até ao Uruguai (Teatro Solis) e à Argentina (Teatro Colón), levando o nome de Minas para além de nossas fronteiras”.

Fabio Mechetti e sua Trajetória Global na Música

Antes da Filarmônica de Minas Gerais, ainda nos Estados Unidos, Fabio participou de quatro orquestras locais como a Orquestra Sinfônica de Jacksonville, em que trabalhou por 14 anos, sendo, hoje, regente titular emérito. Foi convidado de várias outras orquestras internacionais e nacionais, marcando presença em orquestras como as Sinfônica de Syracuse, Sinfônica de Spokane, Sinfônica Nacional de Washington, Filarmônica de Tampere, Sinfônica de Roma, Orquestra do Ateneo em Milão, Filarmônica de Odense, Sinfônica Nacional da Colômbia.

“Depois que assumi a Filarmônica, fui, ainda, Diretor Musical da Orquestra Filarmônica da Malásia. Com a abertura da Sala Minas Gerais, em 2015, e o subsequente e considerável aumento na programação da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, eu passei a me dedicar, quase exclusivamente, à nossa orquestra.”

Atualmente, Fabio Mechetti é responsável pela execução do repertório orquestral e pela performance . Além disso, como diretor musical, é ele quem desenha as temporadas, realiza audições para possíveis vagas na orquestra e estabelece a diretriz artística, envolvendo projetos de formação musical, desenvolvimento de plateias e fomento à criação artística. Um aspecto crucial do seu dia a dia inclui trabalhar em conjunto com a administração na elaboração de orçamentos e na captação de recursos necessários para a realização das temporadas.

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Rayssa Moura

1 comentário

  • “ousadia, coragem e heroísmo” tudo o que realmente define a arte de ser abraçado ouvindo uma melodia. Muito legal o fato dele ter buscado recursos pra trazer isso pra Minas Gerais❤️ incrível 👏