Felipe Pena, jornalista, escritor, psicólogo e Doutor em Literatura pela PUC-Rio, com estágio pós-doutoral pela Université de Paris/Sorbonne III, foi o entrevistado desta edição do programa de entrevistas Panorama, da disciplina Redação e Produção em Telejornalismo.
Professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e autor de dez livros na área de Comunicação e de três romances – “Fábrica de Diplomas” (ed. Record 2010), “O marido perfeito mora ao lado” (ed. Record, 2010) e “O verso do cartão de embarque” (Record, 2011) – Pena foi entrevistado por Dione Afonso, estudante de Jornalismo do 5º período, do campus Coração Eucarístico da PUC Minas.
A obra teórica de Pena é referência nas bibliografias de cursos de jornalismo por todo o Brasil. Títulos como “No jornalismo não há fibrose” (2012), “Teoria do Jornalismo” (2005) e “Televisão e Sociedade” (2002) reúnem suas experiências acadêmicas, teóricas e práticas. Felipe trabalha como jornalista de TV desde 1995, tendo passado pelas emissoras Manchete, Rede TV, UTV, Comunitária e TVE, onde foi debatedor do programa Espaço Público.
Confira a entrevista na íntegra:
Sobre o Panorama
O programa Panorama é uma atividade que prepara alunos tanto para a pesquisa de temáticas mais complexas, que merecem uma abordagem mais extensa, quanto para pesquisa de perfil. Como produto de uma disciplina, visa contribuir para a formação de estudantes na preparação do roteiro com questões semiestruturadas, além de abertura e encerramento, e contribui para aprendizados em relação à interação com entrevistados e com o público-alvo presumido.
Frequentemente, a atividade aprofunda discussão apresentada em reportagem especial, desenvolvida de forma interdisciplinar nas disciplinas Jornalismo Investigativo, Jornalismo Político e Redação e Produção em Telejornalismo. Pensar a questão do ritmo da entrevista, a postura e atenção durante sua realização e capacidade de reorientação das questões com formulação de novas e ou exclusão das previamente elaboradas são outras habilidades desenvolvidas na atividade.
Para Dione Afonso, a experiência da entrevista com Felipe Pena foi um desafio, inclusive, devido à admiração que já nutria pelo professor.
Confira o depoimento de Dione sobre sua experiência no Programa Panorama:
Eu sempre gostei de ler e escrever. Narrar histórias. Sou leitor do Felipe Pena desde antes de ingressar no curso de Jornalismo, em 2019. Eu lia e, às vezes, ouvia aquelas crônicas divertidas do Felipe Pena quando ele as recitava em um dos programas de entrevista que ele tinha.
Buscar informações sobre sua obra não foi difícil para mim. Quando ele comentou um post no Instagram no perfil de um projeto que criei, chamado “Cicatriz” (@cicatriz.blog), eu pulei de felicidade. Ele me mandou uma DM [mensagem direta] elogiando o trabalho. Lembro que isso foi numa crônica do Dia do Jornalista, 7 de abril. Então, eu criei a coragem em convidá-lo para a entrevista laboratorial como parte do trabalho para a disciplina de Telejornalismo. Para minha surpresa e alegria, ele aceitou e imediatamente marcou a data.
A entrevista nesse formato online foi e é um desafio muito grande para mim, que sou estudante. Foi a primeira experiência que tive e foi com o Professor Felipe Pena, um cara que admiro muito. O formato remoto limita muito a gente. Você não olha nos olhos do entrevistado e a relação de proximidade quase não acontece. Mas, mesmo com o nervosismo, foi uma experiência muito importante diante de um tempo pandêmico desafiador.
A entrevista foi realizada em uma quarta-feira, era feriado, marcamos às 13h. Ou seja, em um dia em que todos talvez estariam descansando, ou estariam curtindo a família. Eu produzi o roteiro, a Alice Arruda, o Pedro Paulo, o Pedro Corcini e a Thalita Valentim ajudaram nas perguntas, e nas edições. A professora Iara Franco se colocou disponível o tempo todo para estar junto e ajudar um aluno que nunca tinha entrevistado alguém, sobretudo no formato on-line. Isso é partilhar experiências no coletivo. Produzir juntos.
Um jornalista ter conhecimento de tudo e mais um pouco não significa que ele tenha que fazer tudo sozinho. Isso não é jornalismo. Precisamos aprender a trabalhar e produzir no coletivo assim como fazemos isso individualmente. Cada um de nós tem um projeto de vida. Eu, por exemplo, produzo, no mínimo, uma crônica por semana. Temos que ter nossas metas, mas elas se enriquecerão quando compartilhadas com os amigos e colegas de profissão.
É um crescer juntos!
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