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PBL 2025 na PUC Minas. Foto: Cairo Machado

IA é protagonista em conferência sobre metodologias ativas

Estratégias de Aprendizagem Baseada em Problema podem se beneficiar da incorporação de IA em rotinas de ensino

Nesta última semana de outubro, a PUC Minas recebe no campus Coração Eucarístico a Conferência Internacional PBL de 2025, evento que discute metodologias ativas para um mundo mais inclusivo e equitativo. A mesa de abertura contou com a presença do Secretário da Educação de Minas Gerais, Rossieli Soares, que ressaltou a importância do evento para o cenário educativo do estado.

A linha temática das apresentações da Conferência deste ano é a metodologia ativa pela inclusão e diversidade. O Problem-based Learning (PBL) ou Aprendizagem Baseada em Problema é uma metodologia de ensino que coloca o aluno no centro do processo de aprendizagem. Nesse tipo de abordagem, ao invés de o estudante receber o conteúdo do professor, ele aprende a partir da investigação e resolução de problemas reais ou simulados.

Além de ser um congresso trilíngue, com sessões que podem acontecer em inglês, português e espanhol, a proposta da conferência de 2025 é baseada na ideia de conservação e transformação, de modo que participantes possam mesclar as formas tradicionais de congresso com inovações nos modos de interação, trocas e aprendizagens entre os participantes.

Inteligência Artificial está em alta

A keynote speaker do evento, Renate Fruchter. Foto: Letícia Nogueira

A fundadora e diretora do Laboratório de PBL, Renate Frutcher, da Universidade de Stanford, esteve presente na abertura e palestrou sobre o método de ensino e os avanços tecnológicos da realidade virtual. Em sua fala, ela, que é formada em Engenharia, explicou como a realidade virtual pode ser uma ferramenta de avanço e inclusão no aprendizado de diversas áreas do conhecimento, como arquitetura, engenharia aeroespacial e pedagogia.

Renate Frutcher falou sobre jornadas de aprendizagem transformadoras por meio do PBL e destacou a relação entre pessoas e lugares. Segundo ela, um lugar é mais do que apenas espaço, é o lugar que faz com que a pessoa que está aprendendo encontre uma experiência efetiva de ensino: “Nesse sentido, a tecnologia pode ser um meio para conectar as pessoas e criar esses lugares de ensino – com ajuda de óculos de realidade virtual, por exemplo”.  

Incentivo à aprendizagem coletiva

O lema “We know more than I” (Nós sabemos mais que eu) provoca reflexão e incita o trabalho em equipe como chave para o desenvolvimento humano e tecnológico. A metodologia ativa atravessa a fronteira do “apenas ver” para uma perspectiva de experienciar junto, e fomenta a criação de uma ferramenta individual e personalizada de aprendizado.

Para exemplificar a metodologia, Renate Frutcher explica o conceito de “Empathic design mindset” ou “design de mindset empático”, através do qual o uso de óculos de inteligência artificial faz com que arquitetos tenham a experiência de quem apresenta alguma limitação motora, por exemplo, circulação na realidade aumentada como um cadeirante. Essa experiência faz com que esses arquitetos experimentem suas próprias criações sob outras perspectivas, e, assim, consigam melhorá-las.  

Painéis individuais discutem arte, tecnologia e ensino

Na extensa programação do evento, os painéis individuais permitem que cada participante escolha a temática/palestrante a sua escolha, com atividades divididas entre conferências, lounges e painéis de discussão. Rejane Cantoni, artista com extenso currículo acadêmico, abordou o tema Arte e Algoritmos ao falar de suas diversas exposições espalhadas pelo mundo. Formada em Jornalismo, a artista revela como foi importante o aparato tecnológico para colocar forma aos seus pensamentos, e vê na tecnologia uma extensão da criatividade do ser. 

Doutora em Realidade Virtual, apesar da sua longa carreira acadêmica, hoje seu foco é a arte. Em uma roda de conversa mais informal com estudantes e acadêmicos de diversas áreas, Rejane Cantoni demonstrou um novo panorama entre arte, estudo e tecnologia, abordando temáticas atuais como criatividade e inteligência artificial. 

A programação do PBL segue até sábado, 1° de novembro de 2025.

Cobertura realizada por Cairo Machado e Letícia Nogueira, sob a supervisão da professora Verônica Soares da Costa.

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