Em dezembro de 2019, uma série de casos de pneumonia de causa desconhecida emergiu em Wuhan, na China, com quadros clínicos muito semelhantes à pneumonia viral. A análise indicou um novo tipo de coronavírus, 2019-nCoV. A capacidade de contágio da doença, que foi posteriormente nomeada COVID-19, só é inferior à poliomielite e ao sarampo e impactou sociedades e economias em todo o Planeta.
Origem da doença
Antes do surgimento da síndrome respiratória aguda grave (SARS), em 2003, apenas 12 outros coronavírus animais ou humanos eram conhecidos. A SARS foi a primeira grande pandemia conhecida causada por um coronavírus.
Durante a epidemia em 2003, 8.096 casos com 774 mortes ocorreram em mais de 30 países nos cinco continentes. Logo após o isolamento do SARS, vírus do tipo SARS-CoV foram encontrados em civetas de palmeira asiática, um mamífero da família Viverridae, e um cão-guaxinim de mercados de animais selvagens na província de Guangdong, na China, sugerindo que esses animais poderiam ser a fonte de infecções humanas.
Primeiros casos de COVID-19
No dia 10 de janeiro de 2020, uma família de seis pacientes que viajaram de Shenzhen para Wuhan, entre 29 de dezembro de 2019 e 4 de janeiro de 2020, foi analisada. Dos seis membros, cinco foram identificados como infectados pelo novo coronavírus. Um membro da família, que não viajou para Wuhan, ficou infectado com o vírus após vários dias de contato com os demais.
As autoridades chinesas notificarem a primeira morte em 11 de janeiro. O homem de 61 anos era um cliente no mercado em Wuhan. No dia 13 de janeiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) notificou o primeiro caso de uma pessoa infectada fora da China. Era uma mulher na Tailândia que teria voltado de Wuhan.
O novo vírus nos Estados Unidos
Nos EUA, o primeiro caso de COVID-19 surgiu em 20 de janeiro, no estado de Washington, onde um homem de 30 anos desenvolveu sintomas após retornar de uma viagem a Wuhan.
China e as medidas de contenção
No dia 23 de janeiro, as autoridades chinesas fecharam a cidade de Wuhan, cuja população tem mais de 11 milhões de pessoas. Foram cancelados aviões e trens que saíam da cidade e também foram suspensos ônibus e metrôs.
A previsão da ciência
Um artigo publicado em 2007 pela American Society for Microbiology previu a chegada da pandemia.
Sabe-se que os coronavírus sofrem recombinação genética, o que pode levar a novos genótipos e surtos. A presença de um grande reservatório de vírus do tipo SARS-CoV em morcegos-ferradura, juntamente com a cultura de comer mamíferos exóticos no sul da China, é uma bomba-relógio. A possibilidade de reemergência da SARS e outros novos vírus de animais ou laboratórios e, portanto, a necessidade de preparação não deve ser ignorada.
Trecho da publicação da American Society for Microbiology
O médico chinês Dr. Li Wenliang tentou alertar a população sobre a gravidade da doença quando havia ainda poucos casos. Porém, no início de janeiro, autoridades o repreenderam e ele foi forçado a assinar um comunicado afirmando que seu aviso era um boato ilegal. Li Wenliang morreu no dia 7 de fevereiro após contrair o novo coronavírus.
Brasileiros chegam de Wuhan
No dia 9 de fevereiro, 34 brasileiros que viviam na cidade chinesa de Wuhan, epicentro do COVID-19, foram repatriados. Duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) aterrissaram no Brasil com o grupo. Eles ficaram de quarentena por 14 dias na Base Aérea de Anápolis, em Goiás.
Europa
Um turista chinês de 80 anos morreu em 14 de fevereiro em um hospital em Paris, na primeira morte por coronavírus fora da Ásia. Foi a quarta morte do vírus fora da China continental, onde cerca de 1.500 pessoas morreram, a maioria na província de Hubei.
No dia 19 de fevereiro, o número de mortos na Itália ultrapassou os da China, totalizando 3.405 mortos. As mortes na China começaram no dia 23 de janeiro, com o número constante de infectados e óbitos. Na Itália, esse número foi crescente. No décimo quarto dia após a primeira morte, os óbitos chegaram a 200. Na China, após 14 dias da primeira morte, esse número era inferior a 100. Na região da Lombardia, as autoridades fecharam dez cidades depois que um conjunto de casos surgiu repentinamente em Codogno, a sudeste de Milão.
América Latina e seu primeiro caso de COVID-19
No dia 26 de fevereiro foi registrado o primeiro caso confirmado do vírus em território brasileiro em um homem de 61 anos, que teria voltado da região da Lombardia, na Itália.
No dia seguinte à primeira notificação no país, sobe para 132 o número de casos suspeitos de coronavírus em monitoramento pelo Ministério da Saúde. No dia 9 de março foram confirmados 25 casos de coronavírus no Brasil e 930 suspeitos em investigação. Do total, 4 foram por transmissão local e 21 casos importados. Outros 685 casos foram descartados. Os estados com casos confirmados são São Paulo (16), Rio de Janeiro (3), Bahia (2), Alagoas (1), Espírito Santo (1), Minas Gerais (1) e Distrito Federal (1).
Declaração de pandemia
A Organização Mundial da Saúde (OMS) decreta pandemia de coronavírus no dia 11 de março. “Uma descrição da situação como uma pandemia não altera a avaliação do OMS da ameaça representada por esse vírus. Isso não altera o que o OMS está fazendo nem o que os países devem fazer” – Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral do OMS.
PUC Minas adota o Regime Letivo Remoto
O Comitê de Monitoramento do Coronavírus da PUC Minas reuniu-se no dia 15 de março de 2020 para definir e articular novos encaminhamentos em termos de medidas e ações acerca da prevenção ao contágio pelo coronavírus e a transmissão da COVID-19. Inicialmente, a instituição determinou que o regime letivo remoto ocorreria até 31 de março, prazo que depois foi estendido por tempo indeterminado.
O MEC publicou, no dia 25 de março, um texto informando sobre os impactos do coronavírus no ano letivo e as medidas que serão implantadas.
China tem zero casos confirmados do COVID-19
Em 19 de março, a China relatou não haver mais novas infecções locais, um marco na luta contínua contra a pandemia. Especialistas disseram que o país precisaria esperar pelo menos 14 dias consecutivos sem novas infecções para que o surto fosse considerado sob controle.
Itália se torna o novo epicentro do vírus
Ao longo do mês de março, a Itália ficou quase paralisada pelo novo coronavírus. O decreto do governo, deliberado em 11 de março, estabeleceu que todos devem permanecer em suas casas. Além da rotina da população, o trabalho das instituições italianas foi afetado pela emergência da Covid-19, forçando a criação de um novo sistema de organização no país, que registrava, até então, o maior número de mortos vítimas da pandemia no mundo.
O caminho dos EUA para se tornar o novo epicentro do vírus
Em 2 de março, o primeiro caso foi confirmado em Nova York. A cidade possui fortes desigualdades socioeconômicas e superlotação em alguns bairros populares de Queens ou Bronx, onde muitos nova-iorquinos sofrem de problemas de saúde e não têm acesso a cuidados médicos.
Em 26 de março, os Estados Unidos se tornaram, oficialmente, o país mais atingido pela pandemia, com pelo menos 81.321 infecções confirmadas e mais de 1.000 mortes. Foram mais casos relatados do que na China, Itália ou em qualquer outro país. Um especialista indicou que o atraso no teste impactou negativamente outros aspectos da resposta ao coronavírus. O site Vox relatou que, durante a semana de 25 de março a 1º de abril, os EUA estavam “realizando cerca de 110.000 testes por dia”. Vários especialistas estimaram que são necessários cerca de 500.000 de testes por dia. Até a noite 9 de abril, foram registradas 16.294 mortes, mais de um terço delas no estado de Nova York. O país, até então, concentra mais de 460 mil casos. A Itália lidera a estatística de mortes, com mais de 18 mil.
No dia 8 de abril, o país se torna o novo epicentro do vírus.
Dois milhões de infectados pelo COVID-19
No dia 15 de abril já passava de dois milhões o número de infectados no mundo. O número de casos confirmados dobrou em menos de duas semanas. Em 2 de abril, os registros de Covid-19 pelo mundo ultrapassaram a barreira de 1 milhão. Sete dias depois, em 9 de abril, atingiu 1,5 milhão. Mais seis dias depois, chega a 2 milhões.
Esse levantamento da Universidade Johns Hopkins até as 11h15 do dia 16 de abril aponta os três países com mais casos e óbitos:
- Estados Unidos: 609.685 casos – 26.059 mortes
- Espanha: 177.633 casos – 18.579 mortes
- Itália: 162.488 casos – 21.067 mortes
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