Na rotina de Belo Horizonte, as mãos de garis e catadores narram histórias invisíveis para muitos, mas que traduzem a realidade do lixo na cidade. Rafael Bruno Rodrigues dos Santos, ex-gari, deixou a profissão após três anos na coleta de resíduos. Hoje, ele trabalha como técnico de torre em uma operadora de telefonia. Em 2018, quando iniciou as atividades de coleta de lixo, conciliava o serviço diurno com os estudos noturnos. Em três anos, enfrentou uma série de desafios, mas também aprendeu lições valiosas que leva consigo para outras áreas da vida.
Ele menciona as dificuldades diárias de trabalhar sob o sol e a chuva e o perigo dos descartes inadequados, como vidro e objetos pontiagudos, que colocam em risco a saúde de trabalhadores como ele. Rafael dos Santos compartilhou histórias curiosas sobre objetos reaproveitáveis encontrados no lixo, uma prática que ele descreve como garimpagem, “por várias vezes já achamos coisas boas, como tênis, relógio, chinelos , chuveiro e conseguimos reaproveitar ou doar para alguém que necessite”. Ele afirma que é surpreendente o quanto se joga fora em bom estado, refletindo sobre o consumo e o desperdício.
Roberto Marons começou na profissão em 2003, quando surgiu uma oportunidade temporária de trabalho no final daquele ano. O contrato, inicialmente de apenas três meses, foi prorrogado devido ao comprometimento de Roberto, que transformou essa experiência em uma carreira. “Com o meu comprometimento e dedicação, de 3 meses, virei 19 anos. E ainda estou na ativa”, conta ele, com orgulho. Roberto destaca o impacto positivo que sua profissão teve em sua vida e na de sua família.
A importância da profissão foi fundamental, pois criei meus três filhos com meu trabalho como gari.
Roberto Marons, gari
Apesar dos desafios diários, ele considera uma profissão digna e essencial, contribuindo para o sustento e o bem-estar de sua família. No dia a dia, os desafios enfrentados por Roberto vão além da rotina de coleta. Ele cita o descaso no descarte de objetos cortantes e quebrados como um dos maiores riscos do trabalho, além dos ataques de animais – ele já foi mordido quatro vezes.
Outro aspecto que ele destaca é a desigualdade na forma como os bairros tratam o lixo. Roberto Marons observa uma diferença marcante entre áreas mais ricas e mais pobres. “Acho que o pobre dá mais valor para a nossa profissão, principalmente na hora de descartar seus lixos”. Ele relata que o reconhecimento pelo trabalho muitas vezes vem mais das comunidades menos favorecidas.
Na sua rotina, Roberto percebe que a reciclagem ainda precisa de mais atenção. Ele menciona que não há um sistema de separação eficiente, com itens recicláveis frequentemente descartados junto com o lixo comum. Mesmo assim, ele encontrou formas de reaproveitar materiais descartados. Entre os itens recuperados, os brinquedos ganharam um significado especial. Com esses objetos, Roberto organiza um projeto anual chamado “Natal Solidário”, e promove entregas durante as festas de fim de ano, levando alegria e esperança para muitas famílias.
Roberto Maroons, em ação com seu projeto de Natal Solidário entregando presentes para crianças carentes. Foto: Arquivo pessoal.
Roberto acredita que o trabalho o ensinou a lidar com as adversidades e desenvolveu nele um senso de empatia e responsabilidade, porém, apesar dos avanços, ele sente que ainda falta apoio das autoridades e da comunidade para os garis. Ele reforça a importância de conscientizar a população sobre o descarte adequado de resíduos e sobre o papel crucial desses trabalhadores para o bem-estar coletivo.
A promessa e o atraso da Política Nacional de Resíduos Sólidos
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, trazia uma proposta para enfrentar a questão dos resíduos sólidos no Brasil. O objetivo principal era implementar uma gestão integrada e ambientalmente adequada dos resíduos, com diretrizes para a redução, reciclagem e destinação final correta dos rejeitos. Passados mais de dez anos, o que se vê, é uma série de prorrogações e a falta de efetividade na implementação das metas estabelecidas, levantando questionamentos sobre a seriedade e o comprometimento das autoridades públicas com a questão ambiental.
Desde sua promulgação, a PNRS estabeleceu metas rigorosas para a eliminação de lixões e a adoção de aterros sanitários como destino final ambientalmente adequado dos resíduos. A data original para a implementação de aterros sanitários era 2014, mas, em 2020, a Lei 14.026 concedeu novas prorrogações, estendendo os prazos para que as capitais e municípios de regiões metropolitanas e com população acima de 100 mil habitantes tivessem até 2 de agosto de 2021 para se adequar. Já para municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes, o prazo foi postergado até agosto de 2023. Os municípios com população inferior a 50 mil habitantes tinham até 2 de agosto de 2024 para regularizar sua situação e implementar aterros sanitários.
Além de abordar os desafios na destinação final dos resíduos, a PNRS também estabelece estratégias fundamentais para reduzir a geração de lixo e minimizar o impacto ambiental. Entre elas, destacam-se as políticas de reciclagem e logística reversa, que visam fechar o ciclo de vida dos produtos. Esses instrumentos são indispensáveis para diminuir a quantidade de resíduos que chegam aos aterros, aumentar a vida útil desses locais e, simultaneamente, aumentar a recuperação de materiais e a criação de cadeias produtivas sustentáveis.
Entretanto, a implementação desses mecanismos enfrenta obstáculos semelhantes às observações na destinação final dos resíduos, como falta de fiscalização, deficiência de infraestrutura e adesão insuficiente de setores produtivos.
A política é clara quanto à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos que depois se tornam lixo, determinando que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes devem estabelecer sistemas de logística reversa para determinados resíduos, como embalagens de agrotóxicos, pilhas, baterias, pneus e óleos lubrificantes. Mas, sem fiscalização efetiva, muitos desses setores não cumprem integralmente o que está previsto na lei, resultando em danos ambientais e econômicos.
Raphael Tobias de Vasconcelos Barros, chefe do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirma que, embora Belo Horizonte tenha avançado com a construção de aterros sanitários, o funcionamento desses locais ainda não é completamente adequado: “Ainda nos anos 1990, Belo Horizonte já tinha coleta seletiva, mas, de lá para cá, não avançou muito”, explica.
Raphael Barros explica que “o caminhão de lixo é muito pesado, se ele não passa numa pista em bom estado, ele danifica a pista, vai aumentar os buracos, ao mesmo tempo em que ele é danificado”. Essa situação leva a uma maior degradação da infraestrutura, já que as ruas nem sempre são adequadas para a passagem dos veículos de coleta. Em algumas localidades, a coleta é feita em pontos específicos, exigindo que a população leve os resíduos até esses locais.
Apesar das diretrizes, o gestor não enxerga o Estado totalmente preparado para enfrentar a demanda crescente e as pressões ambientais. Ele acredita que mais investimentos em educação e capacitação técnica são fundamentais para que o sistema de gestão de resíduos se torne mais eficaz. Para ele, o Estado precisa se organizar para construir e manter centrais de triagem, reciclagem e tratamento de resíduos.
Resíduos sólidos em Belo Horizonte
O primeiro aterro sanitário de Belo Horizonte, localizado na Central de Tratamento de Resíduos Sólidos da BR-040, operou de fevereiro de 1975 até dezembro de 2007. Após mais de três décadas de funcionamento, o aterro atingiu sua capacidade máxima, forçando a busca por novas soluções para o destino do lixo urbano, antes mesmo da PNRS. Desde então, a cidade passou a encaminhar os resíduos para o aterro sanitário licenciado da Central de Tratamentos de Resíduos Macaúbas, em Sabará, que integra a Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Os dados mais recentes da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) mostram que em 2023, cada um dos 2.315.560 habitantes de Belo Horizonte gerou, em média, 760 gramas de lixo domiciliar por dia. Esse cálculo resulta em um total de 643.748,86 toneladas de resíduos domiciliares gerados ao longo do ano.
Os resíduos gerados nas cidades são de origens diversas, como domiciliares, industriais, hospitalares e tecnológicas, cada um apresentando diferentes níveis de risco para o meio ambiente, especialmente quando não recebem o destino adequado. Em Belo Horizonte, a gestão desses resíduos é um desafio constante, considerando a geração crescente de lixo em uma cidade com mais de 2,5 milhões de habitantes.
Os aterros sanitários são reconhecidos como a alternativa mais apropriada para a destinação dos resíduos. Nesses locais, medidas como a impermeabilização do solo e a instalação de redes de coleta de chorume, um líquido altamente poluente produzido pela eliminação do lixo, ajudam a reduzir significativamente os impactos ambientais. Todo o lixo gerado em Belo Horizonte é destinado ao Aterro Sanitário de Macaúbas, localizado em Sabará, que também atende outras cidades da Região Metropolitana.
No entanto, nem todos os resíduos gerados têm o mesmo destino. Ainda existem lixões na região, onde o lixo é descartado de forma casual, ficando exposto a céu aberto, apodrecendo ou sendo queimado. Esses locais representam uma grave ameaça ao meio ambiente, com riscos elevados de poluição do solo, do ar e das águas superficiais e subterrâneas, além de fornecerem para a vigilância de doenças que afetam a saúde pública.
Coleta de lixo porta a porta em BH
Dados do Censo 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam uma expressiva desigualdade salarial entre os bairros de Belo Horizonte. Nos bairros de alta renda, a frequência e a logística da coleta são significativamente melhores. Áreas como Belvedere, Mangabeiras, São Bento e Lourdes – onde a renda média dos moradores chega a R$15 mil – contam com um serviço de coleta seis dias por semana, de segunda a sábado, sempre no período noturno. Essa programação facilita a vida dos moradores, que podem organizar o lixo para ser recolhido de forma prática e regular.
Por outro lado, nos bairros de baixa renda, a realidade é bem diferente. Em comunidades como o Distrito Industrial do Jatobá, Vila Batik, Boa União 2ª Seção e Vila da Luz, onde a renda média das famílias varia entre R$613 e R$710, o serviço é mais escasso. Além da menor frequência, apenas três vezes por semana, muitos desses bairros nem mesmo têm coleta porta a porta, obrigando os moradores a levar o lixo a pontos específicos em dias alternados.
Todo cidadão tem acesso a situação de coleta porta a porta de todos o município de BH, basta acessar PBHMAP
A realidade vivida pelos moradores do Bairro Vila da Luz, na região metropolitana de Belo Horizonte, é marcada por desafios que escancaram a desigualdade social. Sob a liderança de Edna Perreira, presidente da Associação de Moradores, a comunidade tem travado uma batalha constante por direitos fundamentais, como coleta de lixo eficiente, saneamento básico e acesso a serviços públicos essenciais.
A coleta, segundo Edna, é insuficiente e limitada a poucos pontos, obrigando a comunidade a improvisar soluções. “As lixeiras que existem aqui foram compradas pela associação, com recursos próprios. A prefeitura não contribui de forma alguma. Por isso, o lixo fica espalhado pelas ruas, atraindo ratos, baratas, escorpiões e outros bichos peçonhentos, que invadem as casas dos moradores”, denuncia.
Edna relata que, em 2019, a associação elaborou o projeto Mantenha o Lixo no Lixo, solicitando apoio de órgãos públicos, como a Prefeitura de Belo Horizonte e a Justiça Federal, para fornecer materiais básicos, como luvas e botas, além de parceria para a coleta de resíduos recicláveis. Apesar dos esforços, o projeto não obteve o apoio necessário.
A ausência de saneamento básico e coleta regular de lixo tem causado uma série de problemas na comunidade. Durante o período de chuvas, o acúmulo de resíduos nos córregos resulta em alagamentos e aumenta o risco de doenças. “Não ter o básico é desumano. Isso sobrecarrega as unidades de saúde e afeta diretamente a qualidade de vida da população”, lamenta Edna Perreira.
Enquanto regiões como Belvedere e Savassi recebem até lavagem de ruas, aqui lutamos pelo mínimo. É uma disparidade gritante que precisa ser enfrentada.
Edna Perreira, presidente da Associação de Moradores
Mesmo diante das dificuldades, a associação busca incentivar a participação da comunidade. Edna Perreira cita a limpeza voluntária do Beco da Conceição, o maior da Vila da Luz, como exemplo. “Muitos acharam que a prefeitura estava nos pagando, mas foi uma ação gratuita. Queremos mostrar que, unidos, podemos fazer a diferença enquanto pressionamos por nossos direitos.”
A presidente também reforça a necessidade de conscientização da população, especialmente em períodos eleitorais. “Não podemos aceitar trocas por migalhas, como um saco de cimento ou um pacote de arroz. Precisamos lutar por direitos, não por favores. É hora de nos unirmos e exigir dignidade.”
A disparidade de renda ilustrada pelo levantamento do IBGE traz reflexões sobre as políticas públicas necessárias para reduzir a desigualdade na cidade e promover uma distribuição mais equitativa de recursos e serviços. Em uma metrópole marcada por extremos econômicos, essa desigualdade acentua as dificuldades enfrentadas por grande parte da população e reforça a urgência de ações voltadas ao desenvolvimento social nas áreas mais vulneráveis de Belo Horizonte.
Em nota a PBH, afirma que em Belo Horizonte, o serviço de coleta de lixo atende a praticamente 100% das vias da cidade. São 288 rotas por onde passam os caminhões da SLU. Ao todo, são utilizados 161 caminhões, sendo 140 compactadores e 21 mini compactadores para as vilas e favelas, que possuem vias mais estreitas. O serviço é feito por 602 garis e 161 motoristas. Nas vilas, onde o mini compactador não tem acesso aos becos, o recolhimento é feito por garis, que utilizam carrinhos de mão para transportar os sacos de lixo até o caminhão. Todos os resíduos domiciliares gerados em Belo Horizonte são destinados para o aterro sanitário licenciado da Central de Tratamentos de Resíduos Macaúbas, em Sabará.
O recolhimento de resíduos ocorre diariamente, de segunda a sábado em algumas localidades e, em outras, de maneira alternada, às segundas, quartas e sextas-feiras, ou ainda às terças, quintas e aos sábados. A coleta pode ser noturna ou diurna. Essa escala é feita de acordo com critérios técnicos como, por exemplo, a produtividade do resíduo e o trânsito da região.
Para conciliar a limpeza urbana com os milhares de veículos transitando diariamente, a SLU dá um tratamento especial ao Centro de Belo Horizonte e a outras vias de tráfego intenso na cidade. Estes locais recebem o serviço de coleta de lixo noturna. Com o fluxo e a quantidade de carros estacionados menores, o caminhão pode parar para realizar o trabalho sem interferir no trânsito.
Coleta seletiva em BH
Dados recentes da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) revelam que foram coletadas 972.330 toneladas de resíduos na capital ao longo do ano de 2023.
O perfil dos resíduos domiciliares de Belo Horizonte revela um panorama em que 49% são materiais orgânicos, 35% são recicláveis (papel, metal, plástico e vidro), e os 16% restantes consistem em outros materiais. Apesar desse cenário, apenas 35% dos resíduos têm potencial de reciclagem e, dentro dessa categoria, a coleta seletiva representa cerca de 18% do total reciclável. A Prefeitura de Belo Horizonte afirma que participa com 3% na coleta seletiva de resíduos recicláveis, enquanto empresas privadas são responsáveis pelos outros 15%.
Belo Horizonte conta com dois sistemas de coleta seletiva: a modalidade "ponto a ponto" e a coleta "porta a porta". Na coleta porta a porta, moradores separam os materiais recicláveis, que são recolhidos diretamente nas calçadas. Já na coleta ponto a ponto, os resíduos recicláveis são depositados pela população em contêineres distribuídos em locais estratégicos pela Prefeitura. Desde 2019, a coleta porta a porta é realizada em parceria com seis cooperativas e associações de catadores: Asmare, Associrecicle, Coomarp, Coopemar, Coopesol e Coopersoli, credenciadas pela SLU.
Em nota a PBH alega que os pontos críticos de deposição clandestina de resíduos são limpos com frequência pela SLU, que recolhe por ano cerca de 130 mil toneladas em pontos críticos de deposição clandestinas, os bota-foras irregulares, que existem na cidade.
Levantamento da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), feito em 2023, apontou que nos quatro anos anteriores houve uma redução em torno de 49% dos pontos críticos de deposição clandestina em Belo Horizonte. No final de 2017, eram 880 locais de despejo inadequado de lixos monitorados pela SLU. No final de 2021, o número diminuiu para 515. No final de 2022, o número era de 433.
O cadastramento desses locais envolveu o trabalho de educadores ambientais, gerentes de limpeza urbana e técnicos da SLU. Além da localização, informações como o tipo de resíduo descartado e quem descarta foram alguns dos dados apurados.
A SLU faz campanhas educativas junto à população orientando como descartar corretamente o lixo e quais as opções corretas para descartar o entulho.
Meio ambiente
Em áreas onde não existe coleta de lixo porta a porta, muitas pessoas recorrem à queima de resíduos como forma de descarte. Segundo Fernanda Raggi, Bióloga, Engenheira Ambiental, Mestre em Botânica, Mestre em Sustentabilidade e Doutoranda em Recursos Hídricos Emergência pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), essa prática gera gases como o dióxido de carbono (CO2) e o metano, dois dos principais responsáveis pelo aumento do efeito estufa e do aquecimento global.
A queima aquece momentaneamente a área local, mas os gases que são liberados sobem para a atmosfera, e contribuem para o aquecimento global. Isso acontece porque qualquer tipo de queima, mesmo em pequena escala, libera CO2. O problema é agravado quando essa prática é repetida por várias pessoas, já que os gases se acumulam na atmosfera e afetam o clima global", explica Fernanda Raggi.
Ela ressalta que, para enfrentar essa questão, é essencial investir em ações públicas que regulamentem e monitorem a coleta de lixo, além de promover a conscientização da população sobre os danos dessa prática e a busca por alternativas sustentáveis.
Outro problema destacado é o descarte de lixo em lixões, ainda comum em várias cidades brasileiras. Apesar dos avanços na implantação de aterros sanitários, o Brasil ainda está longe de resolver essa questão. A principal diferença entre os lixões e os aterros sanitários é o não tratamento dos gases gerados pela sedimentação do lixo. "Nos aterros sanitários, o gás metano é canalizado e pode ser usado como fonte de energia em processos controlados. Já nos lixões, esse gás é liberado diretamente na atmosfera, onde se combina com o ozônio, formando a camada de ozônio e contribuindo para problemas climáticos", alerta a bióloga.
Enquanto o Brasil ainda enfrenta desafios estruturais, o alerta da especialista é claro: o manejo inadequado do lixo não é um problema isolado. Ele afeta o clima, a biodiversidade e a saúde pública, exigindo ações coordenadas entre governo, empresas e cidadãos para reduzir seus efeitos.
Reportagem desenvolvida por Izabella Gomes, Miguel Augustus, Jhennifer Alves e Wallison Leandro para a disciplina de Laboratório de Jornalismo Digital no semestre 2024/2 sob a supervisão da prof.ª Verônica Soares da Costa.
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