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Agrovoltaicos, a nova fronteira da agricultura sustentável em Minas

Painéis solares podem aumentar a produtividade agrícola e a agricultura sustentável

A união do sol com a terra está revolucionando a agricultura brasileira. A agrovoltaica, tecnologia que combina a geração de energia solar com a produção agrícola, ganha cada vez mais espaço no país e promete transformar o campo. Com painéis solares instalados sobre as plantações, é possível produzir energia limpa e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade do solo, aumentar a produtividade e reduzir os impactos ambientais.

O agrônomo Márcio Pereira do Vale, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), revelou que a instituição está à frente de pesquisas pioneiras em sistemas agrovoltaicos no estado. A iniciativa, em parceria com a CEMIG, busca integrar a produção de energia solar fotovoltaica com a agricultura, otimizando o uso da terra e promovendo a sustentabilidade.

“O sistema agrovoltaico é uma inovação que combina o melhor dos dois mundos: a geração de energia limpa e a produção de alimentos”, explica Márcio. “Estamos testando diferentes variedades de pastagens e alimentos sob as placas solares para avaliar a produtividade e a qualidade.”

Potencial em regiões de alta insolação

As regiões Norte, Noroeste e do Jequitinhonha se destacam como as mais promissoras para a implementação dessa tecnologia. A alta incidência de radiação solar, aliada à aptidão agrícola do solo nessas áreas, cria um cenário favorável para o desenvolvimento de projetos agrovoltaicos.

A escolha dessas regiões se baseia em critérios como a intensidade da radiação solar, a qualidade do solo e o potencial para produção agrícola durante todo o ano.

Márcio Pereira do Vale – EPAMIG

Benefícios ambientais dos agrovoltaicos

O agrovoltaico apresenta diversos benefícios ambientais, como a melhor utilização da terra, a geração de energia limpa e a criação de um microclima mais ameno para os animais em sistemas de criação. “A principal vantagem ambiental é a otimização do uso do solo, uma vez que a mesma área é utilizada para produzir alimentos e energia”, destaca Márcio.

Apesar do grande potencial, o pesquisador ressalta que ainda há desafios a serem superados, como a necessidade de políticas públicas mais robustas para incentivar a adoção dessa tecnologia pelos produtores rurais.

“Acreditamos que a publicação de trabalhos científicos demonstrando a eficiência do sistema agrovoltaico e a oferta de soluções mais acessíveis serão fundamentais para impulsionar o setor”, afirma Márcio Pereira do Vale.

Para entender melhor os desafios e as oportunidades da agrovoltaica no Brasil, conversamos com Marcus Vinicius de Figueiredo Campos, engenheiro eletricista e proprietário da Krasner do Rio de Janeiro, uma empresa especializada em soluções de energia solar. Marcus compartilha sua visão sobre o setor e os próximos passos para a expansão dessa tecnologia no país.

“Na Krasner, oferecemos soluções de agrovoltaica, integrando painéis solares às áreas agrícolas para gerar energia limpa enquanto maximizamos a eficiência do uso do solo. Esses sistemas permitem que os produtores aproveitem os benefícios da geração de energia solar e ainda aumentem a produtividade de suas culturas, com o sombreamento adequado que os painéis proporcionam”, explica Marcus Vinicius.

Ao falar sobre as expectativas para o mercado, o especialista é otimista: “A agrovoltaica tem se mostrado um mercado promissor, e nossa expectativa é de que, nos próximos anos, a demanda cresça devido à busca por soluções sustentáveis e eficientes. Vemos um potencial significativo no Brasil, onde há grande área agrícola que pode ser otimizada com tecnologias de energia renovável.”

Sobre os desafios enfrentados durante a implementação, Marcus apontou:

“Entre os principais desafios, destacamos a necessidade de adaptar a estrutura dos sistemas solares para que atendam ao cultivo e às especificidades de cada tipo de cultura. Outro ponto é o balanceamento entre a exposição solar necessária para a geração de energia e a quantidade de sombra benéfica para as plantas.”

Marcus Vinicius de Figueiredo Campos, engenheiro eletricista e proprietário da Krasner

Ao comentar sobre os custos, Marcus explica: “O custo da implementação depende da quantidade de geração, mas pode variar entre R$50 mil a R$2 milhões, dependendo do tamanho do sistema. No entanto, a manutenção é relativamente baixa, girando em torno de 1% ao ano do valor venal” 

Próximos passos

A EPAMIG pretende intensificar as pesquisas e divulgar os resultados obtidos para fomentar a adoção do agrovoltaico em Minas Gerais. A instituição também buscará parcerias com o setor privado para desenvolver soluções inovadoras e reduzir os custos de implantação dos sistemas.

Em meio à busca por soluções mais sustentáveis e eficientes, a agrovoltaica surge como uma alternativa promissora para o agronegócio brasileiro. Essa tecnologia inovadora combina a geração de energia solar com a produção agrícola, otimizando o uso da terra e promovendo a sustentabilidade.

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Janaina Veloso

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