Por: Bárbara Bento
Título de “Cidade Criativa da Gastronomia”, concedido pela Unesco e Dia Nacional do Tropeiro, ressaltam importância da gastronomia mineira.
Não restam dúvidas de que Belo Horizonte é uma metrópole multifacetada. Ao longo de 121 anos de existência, o município mineiro, que também se destaca por sua beleza natural, coleciona façanhas que vão da gastronomia à tecnologia. Além de ser a Capital Nacional dos Bares, a cidade recebeu, na última semana, o título de Cidade Criativa da Gastronomia, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco).
Belo Horizonte é um dos dez locais ao redor do mundo que receberam o título neste ano, entrando assim para o exclusivo grupo das 21 cidades mundiais a serem reconhecidas pelo valor cultural culinário, além de ser a quarta cidade brasileira a ocupar a categoria. Juntamente com Belém, Florianópolis e Paraty, BH representa o Brasil como um país criativo, mas que preserva sua cultura tradicional.
As Cidades Criativas, segundo a Unesco, são aquelas que trazem uma contribuição para alcançar desenvolvimento sustentável por meio de pensamento e ação inovadores. “Se você perguntar a qualquer turista seus motivos para vir até Belo Horizonte, com certeza ele irá listar a gastronomia como um dos pontos de destaque no roteiro”, conta a jornalista gastronômica, Lorena Martins. Segundo Lorena, o título vai explorar ainda mais o potencial turístico da capital mineira: “Prova disso é que são impressionantes 9.500 estabelecimentos cadastrados, de acordo com um levantamento feito pela Prefeitura em 2017”, destaca.
A rede de Cidades Criativas da Unesco, criada em 2004, inclui as seguintes categorias: gastronomia, artesanato, design, cinema, literatura, música e media arts.
Circuito Sapucaí celebra Dia Nacional do Tropeiro
A comida mineira é tão prestigiada nacionalmente e internacionalmente que o tropeiro, prato típico do estado, tem até um dia para chamar de seu, o dia 09 de novembro é declarado o Dia Nacional do tropeiro. Este ano a data caiu no último sábado, e foi celebrada no mesmo dia da sétima edição do festival “Circuito Sapucaí de Gastronomia e Arte”, realizado na rua Sapucaí, tradicional ponto boêmio da cidade.
Durante oito horas, O festival reuniu os amantes da boa comida, oferecendo várias opções de pratos típicos e versões atualizadas destes pratos. Atrações gastronômicas, empório com produtores locais, música, acampamento tropeiro kids, aulas show foram as atratividades do dia.
Destaque no prato
Na rua dos Tupinambás, no número 638, está instalado um dos mais antigos restaurantes e lanchonetes da cidade, o Café Palhares. O simples restaurante, que data de 1938, e permanece no mesmo ponto por mais de oito décadas, conseguiu um lugar especial no coração dos belo-horizontinos com o famoso KAOL, prato composto por kachaça – escrito com K mesmo para dar um toque único ao nome – arroz, ovo (ao qual depois foram incorporados a couve, o torresmo e a farofa) e linguiça. O clássico pode parecer comum perto do reconhecimento que recebe, mas não se engane, sua importância vai além da gastronomia. Em 2013, o KAOL foi tombado como Patrimônio Imaterial de Belo Horizonte.