Por Bárbara Bento e Yann Santos
Os protestos em Hong Kong já duram 6 meses. Os manifestantes exigem a derrubada do projeto de lei de extradição proposto pelo governo da cidade. Se aprovada, a lei permitiria que pessoas detidas pelas autoridades locais sejam extraditadas e julgadas pela justiça da China continental. De acordo com os organizadores, cerca de 2 milhões de pessoas participaram dos protestos até o momento.
Hong Kong é uma das duas regiões administrativas especiais da China. O Reino Unido devolveu a região ao país no dia 30 de junho de 1997 — quando o contrato de arrendamento dos Novos Territórios expirou. A cidade possui autonomia jurídica e, diferentemente da China continental, é livre politicamente.
Na cidade, os valores da liberdade são protegidos. A região é atualmente um dos poucos lugares do território chinês onde as pessoas podem se manifestar livremente. Se o projeto de lei de extradição for aprovado, a China aumentará seu controle sobre Hong Kong e a liberdade da população da cidade será fortemente reduzida.
A pressão do regime chinês contra os protestos na cidade se estendeu para os campeonatos de basquete da NBA. Após Daryl Morey, gerente do Houston Rockets, publicar na sexta-feira (4) um tuíte em apoio à soberania de Hong Kong, o time americano teve a transmissão de suas partidas suspensas na rede estatal chinesa de TV, a CCTV. A decisão afeta diretamente a popularidade do time na China, que é o segundo maior mercado da NBA fora dos Estados Unidos. O comissário da NBA, Adam Silver, declarou que não se desculparia e continuaria apoiando a liberdade de expressão.
O time também enfrenta outras pressões. Além da suspensão no canal de TV estatal, a plataforma de streaming Tencent também cancelou a transmissão dos jogos. O Houston Rockets perdeu o patrocínio da marca de produtos esportivos Li-Ning e do SPD Bank. A instituição de caridade do time precisou cancelar dois eventos por conta da recepção negativa do tuíte no país.