Em palestra ao curso de Jornalismo da PUC Minas na manhã de sexta-feira (17 de maio), o jornalista do programa Profissão: Repórter, Guilherme Belarmino, dividiu suas experiências no mundo da comunicação, dando foco aos direitos humanos e à violência policial. Os temas fake news e sensacionalismo também foram assuntos discutidos durante o debate: “Mostrar o drama das pessoas nem sempre é sensacionalismo”, defende.
Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero há doze anos, o jornalista de 30 anos cobre políticas públicas de segurança e violação de direitos humanos com foco em violência policial. Questionado sobre suas ferramentas ao fazer coberturas de assuntos polêmicos de ordem social, ele explica que são necessárias uma investigação profunda, uma escuta apurada e uma fuga das lógicas de assessorias de imprensa e órgãos públicos.
“É preciso sair daquilo que a mídia tradicional traz. Um exemplo é a abordagem da reforma da Previdência, um assunto que é muito comentado entre toda a população. Mas só vemos discussão em torno de quem é contra e quem é a favor, e não de quais serão os reais impactos de sua aprovação ou não aprovação”, critica.
Além disso, Guilherme comenta a respeito da tão conhecida “época das fake news”. Segundo ele, jornalistas não inventam simplesmente assuntos e levantam questões sobre a disseminação e deturpação dessas notícias. “Será que as fake news reverberam porque as pessoas não são ouvidas, ou porque querem se convencer de tal realidade?”.
Para finalizar, ainda em bate-papo aberto com os alunos de jornalismo, o jornalista falou a respeito da linha tênue entre sensacionalismo e sensibilidade. Guilherme diz que sua dica para não ir direto para a dramatização é contextualizar sempre o assunto tratado ou a fala dos envolvidos.
J Fest
Os Cursos de Jornalismo da PUC Minas nas unidades Coração Eucarístico e São Gabriel promoveram de quarta a sexta-feira, 15 a 17 de maio, a primeira edição do J Fest, evento anual que tem como objetivo reunir profissionais e pesquisadores para discutir questões e desafios contemporâneos da área.
Produção: Ana Laura Alcântara, Bárbara Guerra, Camila Carvalho, Laís Politi, Lorena Campos e Maria Eduarda Faria