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Alunos e Ex-Alunos da PUC produzem documentário sobre refugiados

O documentário “Refugiado: a pátria que há em mim”, conta a história de José Miguel Silva, um líder estudantil de 27 anos perseguido pelo regime ditatorial da Venezuela. Natural de Carora, cidade localizada no estado de Lara, José acompanhou de perto a desigualdade social que atingiu o país e, logo quando começou a cursar Psicologia na Universidad Centroccidental Lisandro Alvarado (UCLA), se interessou por política e juventude. Com o desejo de mudar a realidade do país, se tornou um líder já na sala de aula, representando professores e alunos na luta por melhorias na infraestrutura da universidade. 

Entre 2014 e 2017, período em que a Venezuela enfrentava uma turbulência política, José estudou e se preparou para criar o Movimento Estudantil Del Decanato, a fim de incentivar a participação dos universitários na luta por políticas públicas e sociais. Dessa forma, houve um fortalecimento do movimento estudantil em Barquisimeto e ele se tornou uma referência. Atraía jovens, promovia atividades e participou de vários protestos, dentre eles, o que ficou marcado em sua história, realizado no dia 8 de junho de 2017.

O protesto contou com um grupo de 33 estudantes das principais universidades do país, que saíram de Barquisimeto à capital Caracas, caminhando ao todo 368 km. A cada quilômetro percorrido acendiam uma vela. O objetivo era homenagear os venezuelanos mortos em protestos antigovernamentais desde 2014. O ato teve uma grande adesão popular e chegou a ser noticiado nos principais veículos de comunicação da Venezuela. 

Processo de filmagem do documentário

Com a repercussão, começou a ser perseguido pelo governo. Sofreu torturas, tentativas de homicídio e ameaças por parte da Guarda Nacional. A situação se agravou quando sua família também passou a sofrer ameaças pelo seu envolvimento na luta estudantil. Pela segurança dos familiares, José Miguel decidiu em março de 2018 solicitar refúgio e viu no Brasil – país que ele já conhecia por ter participado da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2013 – a oportunidade de seguir a vida. Para isso, contou com a ajuda de amigos e escolápios que o receberam e o auxiliaram no processo de adaptação (trabalho e moradia) em Belo Horizonte.  

Um ano depois, seu irmão Miguel Alejandro, que estava vivendo como refugiado em Bogotá, na Colômbia, também veio para o Brasil. Já em agosto de 2019, José Rafael Silva, pai de José Miguel, chegou em definitivo à capital mineira. Atualmente, há no país 46.343 refugiados venezuelanos reconhecidos pelo governo brasileiro e em Belo Horizonte, vivem 797, segundo dados de agosto de 2020 da ACNUR Brasil.

Confira o documentário completo “Refugiado: A pátria que há em mim”, pelo link abaixo:

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